MPC dá 10 dias para GDF esclarecer denúncia sobre falta de material para cirurgias

O Ministério Público de Contas solicitou à Secretaria de Saúde informações sobre a demora para procedimentos cirúrgicos na rede pública

 

RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
O Ministério Público de Contas do Distrito Federal (MPC-DF) deu 10 dias para a Secretaria de Saúde prestar esclarecimentos sobre denúncia de falta de materiais para cirurgias ortopédicas na rede pública.

A coluna Grande Angular mostrou, em reportagem publicada na terça-feira (5/1), que pacientes reclamam da demora para realização dos procedimentos, situação que seria ocasionada pela falta de parafusos.

O procurador-geral do MPC-DF, Marcos Felipe Pinheiro Lima, mandou o ofício ao secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, na terça-feira. No documento, Lima pede informações a respeito da denúncia, formalizada pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF), de que faltam equipamentos e materiais na farmácia central. Isso estaria dificultando o agendamento de cirurgias de pacientes que aguardam “há mais de 40 dias”.

Lima também quer saber quais medidas estão sendo adotadas pela pasta para solucionar o problema da falta de insumos para procedimentos cirúrgicos ortopédicos.

Pacientes sem previsão

Tadna Taiane da Silva Souza, 29 anos, e Rebeca de Souza Vale, 19 anos, por exemplo, estão no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) sem saber quando vão ser operadas.

A dona de casa Tadna caiu em casa e quebrou o pé em 12 de dezembro de 2020, segundo contou a mãe dela, Mariana da Silva Souza, 48 anos. A mulher deu entrada no HRT (foto em destaque) no mesmo dia e aguarda a cirurgia desde então.

“Minha filha está no hospital há 26 dias esperando cirurgia no pé, que depende de um parafuso, mas informam para a gente que esse material está em falta em toda a rede pública”, disse Mariana. Tadna tem dois filhos, de 6 e 7 anos. “As crianças estão sofrendo, querendo ver a mãe e não entendem a situação”, ressalta a avó dos meninos.

A estudante Rebeca contou que está há 11 dias internada. Ela quebrou a fíbula (osso da perna) na calçada em frente da casa onde mora e, para se recuperar, precisa colocar parafuso. “A ortopedia está lotada e o risco de pegar Covid-19 é grande, porque tem casos no hospital. Mas eles continuam dizendo que estão sem parafusos e pinos. Tem gente com mais de um mês de espera”, destacou.

Um homem, que preferiu não se identificar por medo de represália, quebrou o tornozelo e espera a operação no HRT desde 3 de dezembro. “Fiquei de jejum quatro vezes e nada de cirurgia. Não tem material hospitalar”, disse. “Estou há 33 dias aqui. Como vão ficar minhas contas?”, completou o paciente.

Confira o relato:

Outro lado

A Secretaria de Saúde informou que vai responder o MPC-DF dentro do prazo estipulado.

Na terça-feira, a pasta disse que já assinou contrato para adquirir materiais da área de ortopedia e o empenho para a compra será feito nos próximos dias.

“A pasta esclarece também que houve um aumento significativo na demanda dos casos de ortopedia, com atendimento a pacientes inclusive da região do Entorno. Ao mesmo tempo, no período de pandemia, houve dificuldades para aquisição de equipamentos, insumos, produtos e materiais no mercado nacional e internacional”, assinalou.

A secretaria disse que a fila para os casos ortopédicos é dinâmica: “Muda constantemente, em razão da entrada de pacientes em estado grave que têm preferência no atendimento”.

A diretoria do HRT pontuou que, mesmo diante da pandemia, o hospital efetivou 1.053 cirurgias da especialidade, de janeiro a outubro de 2020. “Além disso, realizou uma força-tarefa, no início do mês de novembro de 2020, beneficiando 44 pacientes que aguardavam na fila”, acrescentou.

Um novo mutirão está sendo preparado para este mês, segundo a chefia da unidade hospitalar.

Fonte: Metrópoles

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