Na luta por uma reeleição

Apesar de a Frente Cristã indicar seu nome para disputar o Senado, Ronaldo Fonseca (PROS) disse que não vai se aventurar e que hoje, é pré-candidato a deputado federal. Para ele, é de extrema importância manter uma base evangélica dentro do Congresso Nacional
JURANA LOPES
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Foto: Agência Senado
Ronaldo Fonseca é presidente regional do PROS e está trabalhando para reeleição
Em entrevista ao Jornal da Comunidade, o deputado federal Ronaldo Fonseca, presidente regional do PROS, informou que está trabalhando para uma reeleição, e mesmo com o grupo político do qual faz parte, a Frente Cristã, querendo colocá-lo para disputar a vaga de senador ele não vai se aventurar. O parlamentar disse ainda, que o grupo evangélico possui convites para compor as coligações de Rodrigo Rollemberg, Eliana Pedrosa e Luiz Pitiman e que está avaliando qual coligação irá apoiar. Fonseca destacou ainda a importância do voto evangélico, que representa hoje 35% do eleitorado brasiliense.

Qual o balanço que o senhor faz do seu mandato como deputado federal?
Faço uma análise de forma positiva, baseada no trabalho. Trabalhei muito neste mandato. Pela demanda que a gente teve, conseguimos dar algumas respostas importantes à sociedade, com projetos de leis que eu julgo inteligentes, que realmente vêm mexer no sentido de melhorar a vida das pessoas. Demandas que chegam até mim de associações de classes, que fazem um trabalho voltado para melhorar a vida das pessoas e a gente conseguiu atuar nessas frentes. E conseguir desenvolver aquilo pelo qual eu me propus estar aqui, que é a defesa da família brasileira. E não fiquei só nisto, pude atuar em outras frentes.

Quais os projetos de destaque?
Eu tenho um projeto de lei que obriga as companhias telefônicas a não limitar tempo para uso do crédito pré-pago no telefone celular. Hoje se você colocar um crédito no telefone há um prazo para se utilizar. Caso não utilize, você perde ou é obrigado a acrescentar novos créditos para resgatar. Esse projeto já está na Comissão de Constituição e Justiça [CCJ], em fase final e é um projeto que julgo importante por causa da proteção ao consumidor. E inclusive, a Justiça Federal tomou decisões já baseada nesse critério, embora tenha caído a liminar por causa de uma resolução da Anatel. Estou querendo aprovar este PL exatamente para mudar essa resolução, porque o consumidor é o dono do crédito, se ele colocou, deve poder usar até acabar. Outro projeto muito importante para a sociedade é o que eu chamo de Lei de responsabilidade social, que obriga os gestores a gastarem o dinheiro oriundo de convênios com bancos, com o Executivo, com a União. Hoje, na prática, um gestor público faz um convênio, muitas vezes não tem um projeto, não consegue executar e devolve o dinheiro.

Sobre as eleições, o senhor irá se candidatar a qual cargo?
Estou trabalhando para a reeleição, embora o meu nome tenha sido indicado para o Senado. Sou pré-candidato a deputado federal. Mas eu participo de um grupo político, que dá sustentação ao governo de Agnelo. Esse grupo, denominado Frente Cristã, entende que a vaga do Senado deve ser realmente vinculada à Frente Cristã e meu nome foi indicado. Os partidos que compõem a Frente Cristã são: PROS, PP, PRB, PSC e PTN. Hoje, ainda não há uma decisão da coligação.

A bancada evangélica está se organizando para ter candidato ao Senado?
Está tendo reuniões. Já estivemos com o governador e ocorreu uma reunião com todos os presidentes do partido. Além disso, foi nomeada pelo governador uma comissão para estudar esse tema. Acredito que na próxima semana seja decidido. Uma certeza é que eu não vou aventurar, só irei a uma candidatura ao Senado se for esta uma vontade da coligação, do governador. Do meu grupo político já é uma decisão, um desejo.

Há possibilidade de a Frente Cristã sair da base governista?
Estamos aguardando qual o desfecho. Obviamente que se o PT e a coligação de partidos decidirem pelo candidato Geraldo Magela, um excelente nome, inclusive, vamos sentar e reunir novamente para ver se vamos para outra chapa, embora já tenhamos convite e contato com outros grupos políticos que já, inclusive, ofereceram o espaço de senador na chapa. Temos convite do Rollemberg, da Eliana Pedrosa, do Pitiman e soube que o Arruda diz que a coligação dele está aberta e não desistiu do PROS. Vamos nos reunir para ver as possibilidades, pois não basta só o convite, tem que ver a viabilidade. Mas o que posso dizer neste momento é que o grupo está aberto à conversa com outros grupos, só não sei se isto vingará.

Quem receberá o apoio do partido?
Hoje fazemos parte da base de governo. Mas como política é algo muito dinâmico, nós estamos aguardando a nossa convenção, que está marcada para 30 de junho. Será no último dia porque na política muita coisa acontece da noite para o dia. Embora, a tendência maior seja continuarmos na base. Mas essa é uma decisão que se soma a outros interesses, por exemplo, de uma coligação boa para deputado federal, distrital. São interesses do partido que precisam ser viabilizados.

E a nível nacional, o PROS continuará apoiando Dilma Rousseff?
Ainda não se sabe. De um mês para cá muita coisa pode ter acontecido. A ideia é apoiar a Dilma, mas já digo de antemão que hoje, é uma meia ideia. Já não é 100%. Caso a gente não apoie a Dilma, a tendência é apoiar Eduardo Campos (PSB).

Qual é o objetivo da sigla nestas eleições?
Queremos eleger dois deputados distritais, um deputado federal e queremos contribuir para a eleição do próximo governador do DF. Obviamente, estamos abertos para eleger um senador. Seria interessante conseguir eleger distrital, federal e senador.

Qual a sua expectativa para a eleição?
A minha expectativa é que eu consiga, sendo candidato a deputado federal, me reeleger pelo menos com 50% a mais de votos do que tive na última eleição, com crescimento nas urnas, isso baseado no trabalho, nas respostas que demos à sociedade. Se eu for candidato ao Senado, quero ser o senador de equilíbrio, porque hoje temos dois senadores de esquerda e uma de direita, que é o Gim. Então, eu quero ser esse senador de centro-direita.

Como o senhor vê a eleições deste ano?
O quadro político está muito incerto. Estamos há 30 dias para o prazo final das convenções e só temos uma coligação, que também não está fechada e nem definida totalmente, que é a do governador Agnelo. As outras são apenas suposições, temos lançamentos de candidaturas que na verdade, ainda não vingou na vista do eleitorado. Então, a grande interrogação que vemos hoje é quem serão os candidatos. Aqui não ocorre isso, temos tentativas de viabilização de nomes, porque liderança não se faz da noite para o dia. Brasília hoje requer lideranças políticas com identidade com o eleitorado, o que não temos. Infelizmente, os acontecimentos no mundo político do DF tiraram muitos nomes de líderes e hoje estamos fragilizados. Brasília está clamando por novas lideranças e até este momento, ainda não sabemos quem serão os pares que vão disputar o cargo de governador.

Qual o tamanho e a significância do voto evangélico nas eleições?
É tão importante que as coligações estão buscando um nome evangélico para ser vice na chapa, para ser senador e isto significa a importância desse segmento, que hoje no DF, corresponde a 35% do eleitorado brasiliense. Isto é uma fatia importantíssima. Por isso, muitos políticos vestem uma capa de cristão para tentar se identificar com o segmento.

Qual a importância de manter uma base evangélica?
O segmento evangélico tem uma bandeira que custa muito caro, que é defender a família. E, no parlamento brasileiro, a família está sendo desmerecida. É necessário que tenhamos no Congresso Nacional, pessoas com identidade e autoridade no segmento e para fazer a defesa. Entendemos, até pela prática que a presença de pessoas com identidade no segmento precisa ser valorizada, pois nas eleições muitos vão as igrejas só para buscar votos, mas quando chegam ao Congresso se escondem. Então, o segmento consegue identificar quem são essas pessoas.

 

 

 

Fonte: Jornal da Comunidade

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