Se no âmbito federal, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com “C”, mostrava-se cada vez mais destemido com os mandos e desmandos de sua forma controversa de fazer política, no âmbito local, fontes afirmam que a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão, também com “C”, não é diferente e está prontinha para seguir os seus caminhos e partir para o confronto com o governador do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg. “Ela não aceita ser contrariada”. …

Celina não está se desentendendo com Rollemberg pela forma como ele faz política, sem ideologia. Até porque, quem tem seis anos na política e já passou por cinco partidos diferentes, nem vai discutir ideologias e formas de fazer política. As palavras não são minhas e sim de colegas seus no parlamento local.

Segundo alguns dos seus colegas parlamentres, a presidente da Câmara não anda nada satisfeita mesmo é com a suposta interferência de Rodrigo na sua tentativa de aprovar o projeto na Câmara que autorizaria que ela disputasse a reeleição como presidente da Casa, motivo pelo qual, Celina estaria conspirando, afirmam as mesmas fontes deste blog. E, para isso, teria buscado ajuda de um grupo de pessoas, onde estariam, entre outros tantos, o presidente da Associação Comercial do DF (ACDF), Cleber Pires (com “C”), e até um importante conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). No grupo disposto a ajudar Celina ele é o único que não tem no nome a letra “C”.

Mas o que quer a já apelidada de “Cunha de saia”? Simples explicar os seus planos, para um pedido de impeachment do governador Rodrigo Rollemberg.

De acordo com nossas fontes, a presidente da Câmara estaria apenas esperando que seja aprovado o afastamento da petista Dilma Roussef para que, com os mesmos argumentos [pedaladas fiscais], haja pedido de impeachment também para Rollemberg. Mas quem pediria o impedimento do governador? A própria Celina? Claro que não. A tarefa ficaria para Cleber Pires, presidente da ACDF.

Mas por quê Celina gostaria de tirar Rollemberg do Buriti? Na verdade, segundo “seus colegas” Celina nem faz tanta questão do impeachment de Rodrigo. Ela estaria trabalhando mesmo é com a possibilidade de ter nas mãos um poderoso e mortal trunfo para pressionar o governador a, digamos, não interferir em seu plano maior, que é a reeleição da Mesa Diretora na Câmara Legislativa.

Para mostrar que não está para brincadeiras e demonstrar a sua força e amedrontar Rollemberg, Celina já estaria mobilizando alguns distritais para a formação de um blocão de parlamentares sob o seu comando, onde ela “manda” e eles, “obedecem”. Seria uma primeira forma de sinalizar ao chefe do Executivo que “olha, eu já tenho 6 ou 7 votos para qualquer coisa que eu quiser na Câmara”.

O pior, Rollemberg não tem boa aceitação da opinião pública. Algumas pesquisas já mostraram que não se vê a atual gestão com bons olhos. Isso pode ser um facilitador para que um possível pedido de afastamento de Rollemebrg ganhe força na rua e a conspiração acabe sendo maior que a ideia inicial. Na Câmara, Celina contaria com os votos de seu “blocão” e com mais três votos, da bancada do PT.

Caso isso acontecesse, seria a plenitude, seria a glória, Celina seria beneficiada com a cadeira de vice-governadora caindo em seu colo, já que, com um possível afastamento de Rodrigo Rollemberg, o vice Renato Santana assumiria o GDF e ela seria a seguinte na linha sucessória.

A história parece novelística, mas não é. É fato. Não pode ser descartada a hipótese. As fontes são confiáveis, como diríamos no meio jornalístico. Resta saber se Cleber Pires se prestará ao papel que sua amiga pessoal desde os tempos de PMN, Celina Leão, lhe confiou. Camaradagem também começa com o “C” de conspiração, Cunha e Celina também.