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    Nuvens sombrias no horizonte eleitoral

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    Em reunião do Conselho de Governo do Buriti, ontem pela manhã, os presidentes de partidos da base aliada mostraram a necessidade de enfrentar a incerteza trazida, pelas manifestações de rua, para as eleições do ano que vem. A questão é saber em que medida o repúdio aos partidos hoje existentes poderá afetar o desempenho eleitoral de suas legendas. O principal complicador nem é a possibilidade de se repetir o altíssimo número de abstenções, votos nulos e brancos da eleição passada, mas de emergirem novas forças políticas, capazes de escantear as mais criticadas pelos manifestantes.

     

    Quem pode surpreender nas urnas do DF

    Não, a preocupação não se refere às legendas oposicionistas tradicionais, como DEM ou PSDB, que estariam praticamente no mesmo barco das governistas, e nem mesmo à extrema esquerda, PSOL e PSTU, repudiada nas passeatas. O problema está nas forças menos identificadas com os partidos. É do conhecimento dos presidentes que a tendência, apurada em pesquisas nacionais, para apoio a candidaturas vistas como independentes – Joaquim Barbosa (foto) e Marina Silva – se acentua no Distrito Federal. Embora ainda não se disponham de dados precisos, sabe-se que tanto Joaquim Barbosa quanto Marina estão ainda mais à frente de Dilma quando se trata das intenções de voto no Distrito Federal.  O enigma está em que medida essas preferências tendem a contaminar outras eleições, como a de governador e, principal alarme para todos, de senador e deputado.

     

    A mais perigosa

     

    Nesse sentido, existe um consenso. O adversário mais perigoso será Marina Silva que, ao contrário de Barbosa, deverá contar com uma legenda organizada, a Rede, que para complicar sequer utiliza o rótulo de partido.

     

    Para não perder quem traz votos

     

    Os presidentes dos partidos governistas levaram um problema adicional ao Buriti. Está nos candidatos que obtiveram votações médias  nas eleições passadas. São aspirantes a mandatos parlamentares que obtiveram entre 800 e 3 mil votos nas eleições passadas. Dificilmente ampliarão em muito esse desempenho na próixma eleição, mas é provável que o mantenham. Mesmo sem chances reais de se elegerem, ajudam na soma de votos, são imprescindíveis para se atingir o quociente eleitoral e pesam até para se obter mais cadeiras. A reivindicação dos presidentes é a garantia de cargos na estrutura do GDF, para que sobrevivam até o momento de desincompatibilização e, principalmente, para que não troquem de legenda se forem deixados de lado.

     

     

    Fonte: Eduardo Brito/Do Alto da Torre/Jornal de Brasília

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