O governador Agnelo Queiroz muda a equipe como quem muda de roupa. São poucas as áreas do governo em que o titular está desde o início da administração petista. Na maior parte passou três ou quatro pelo comando. Isso vale tanto para secretarias, quanto por empresas e autarquias. Em 2 anos e oito meses.
Uma das cadeiras mais rotativas é a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE). Por lá passaram José Moacir Vieira, Abdon Henrique Araújo, Cristiano Araújo, Jaques Pena e atualmente Gutemberg Uchoa. Média de um secretário a cada seis meses. …
A Terracap também não fica atras. Foram três. Marcelo Piancastelli, Antonio Carlos Lins e Abdon Henrique. No Banco de Brasília, Edmilson Gama da Silva, Jaques Pena e hoje Paulo Evangelista.
Abdon Henrique foi indicado para presidir a instituição financeira, mas não deu certo. Entraves burocráticos e políticos impediram sua ida para o BRB. Homem de confiança de Agnelo, Abdon é um fenômeno. Se fosse um time de futebol, poderia ser de goleiro a massagista, passando pela ponta esquerda.
No seu currículo, Abdon pode acrescentar a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, a Administração do Lago Sul, a Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural, a Assessoria Especial da Governadoria, a Terracap e quase o BRB. Em apenas 32 meses.
Quem conseguiu se manter no cargo durante todo o governo ou tem seus méritos ou a confiança do governador. Ou as duas coisas. Ou ainda por acordos políticos. Nessa lista de “imexivéis” tem o secretário de Saúde, Rafael Barbosa, e o secretário de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano, Geraldo Magela, o secretário de Justiça, Alírio Neto, e o de Meio Ambiente Eduardo Brandão.
Magela chegou a deixar o cargo por um período curto. Foi cumprir uma missão na Câmara dos Deputados, a pedido do governador. Mas nunca deixou a Sedhab de vez.
As mudanças mais recentes foram na Terracap, no Detran e na Secretaria de Publicidade Institucional, que deve ser extinta. Na próxima semana sai o anúncio oficial da fusão dela com a Secretaria de Comunicação Social. Ugo Braga vai acumular as funções. O que é algo natural. E facilita a interlocução do governo.
Esse troca-troca na administração pública é bom ou ruim? Depende de como se analisa. Aliados afirmam que o governador muda os auxiliares para aperfeiçoar o governo. Buscando consertar erros.
A oposição chia e diz que Agnelo errou em escolher alguns nomes para compor o primeiro escalão do GDF. Reclama da incompetência do secretariado.
Isso faz parte do discurso político. Cada um com o seu papel dentro da democracia. É a mais legítima disputa pelo poder.
O certo é que renovar sempre é positivo, desde que quem entra traga uma renovação e dê conta do recado. O governo Agnelo acertou em vários nomes. Alguns saíram para ocupar posição maiores, como no governo federal.
Claro que também tinha muita tranqueira. Alguns secretários parecem que foram escolhidos a dedo para não dar certo. E não deram. O desgaste acaba na conta de Agnelo. Boa equipe é um grande passo para uma boa administração. Mas fica difícil escolher quando 90% dos partidos apoiam o governo. O excesso de apoio atrapalha. Na política, atender a todos significa problema.
Agnelo entra na reta final de seu governo. Não tem o direito mais de errar. As mudanças precisam ser pontuais e cirúrgicas. Mais fusões de secretarias são esperadas. A ideia é deixar a máquina mais dinâmica. O alvo é as eleições de 2014. E ela já bate na porta.