Opinião Entre estratégias e incertezas

A eleição de 2014 é uma corrida contra o tempo. Cada candidato tem uma tática pré-eleitoral definida. E muitas incertezas.

 

A Justiça e os acordos nacionais vão influir na disputa pelo Palácio do Buriti. Outros fatores também serão decisivos. …

 

No Judiciário, a dúvida é se haverá tempo de tirar o ex-governador José Roberto Arruda (PR) da disputa. Esse é o desejo dos outros candidatos ao GDF, inclusive aliados de Arruda. Quem tem poder de influência no Tribunal de Justiça vai usá-la sem remorso.

 

As pesquisas apontam o ex-governador como favorito em 2014. Mas ele responde a muitas ações judiciais. É improvável que alguma decisão da operação Caixa de Pandora venha atrapalhar. São outras ações que irão complicar a vida de Arruda.

 

Uma delas é a nº 2010.01.1.179348-6 que tramitou na 4ª Vara Criminal do DF. Em 16 de abril deste ano foi condenado a cinco anos e quatro meses de detenção, em regime semiaberto, e ao pagamento de multa de R$ 400 mil.

 

A ação se refere a dispensa indevida de licitação na contratação da empresa Mendes Júnior Trading Engenharia para reformar o ginásio Nilson Nelson, em 2008. É apenas mais uma gestada dentro da Secretaria de Transparência do DF.

 

Arruda recorreu em seguida. A ação continua tramitando. Na segunda-feira (18), o desembargador relator Jesuíno Rissato produziu seu relatório. Fez menção às razões tanto dos réus quanto as do Ministério Público e o enviou a outro desembargador, revisor do relatório. Arruda será julgado pela 3ª Turma Criminal do TJDFT.

 

Se Arruda sair do páreo, melhor para o governador Agnelo Queiroz. Os outros candidatos favoritos, de acordo com pesquisas recentes, são o ex-governador Joaquim Roriz (PRTB) e o deputado federal José Antônio Reguffe (PDT).

 

Com a saúde debilitada, Roriz é descartado como candidato por seus adversários. O ex-governador insiste em mandar mensagens afirmando que vai estar na disputa. Talvez para não dispersar seu grupo politico. E também para não sair da cena política. Assim, na hora certa, pode apontar o seu verdadeiro candidato.

 

Reguffe é o sonho de consumo de Agnelo para o Senado em sua chapa. Para isso, a articulação está sendo feita pela Executiva Nacional do PDT. Reguffe não aceita. Prefere ser candidato ao Buriti.

 

Sem Arruda, Roriz e Reguffe, o governador Agnelo acredita que terá uma vida mais fácil. A direita, e a centro-esquerda tem muitos nomes para enfrentar o governador. Nenhum desponta como favorito.

 

O PPS vem com a deputada Eliana Pedrosa (PPS). O PSDB não se entende. Os deputados federais tucanos Luiz Pitiman e Izalci Lucas travam uma briga dentro da legenda. Sem Arruda, o PR pode apostar no ex-deputado Jofran Frejat. Sem Roriz, o PRTB lançaria a deputada Liliane Roriz.

 

A esquerda pode lançar dois candidatos, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) ou o deputado Refiffe, e o terceiro colocado nas eleições de 2010, Antônio Carlos de Andrade, o Toninho do PSol.

 

De todos esses nomes, o único que pode entrar na categoria de favorito é Agnelo. Pela máquina que tem nas mãos, as alianças construídas e a ausência de candidatos competitivos. E por tem apoio financeiro.

 

Ninguém é candidato de si mesmo. Se hoje os adversários de Agnelo estão em busca de consolidar candidaturas, amanhã podem surgir fortalecidos. Vai ser preciso desprendimento e união.

 

Duas chapas devem ser formadas. Rodrigo, Reguffe, Eliana, Toninho e o deputado federal Augusto Carvalho (Solidariedade) podem firmar uma frente mais a esquerda. Dariam palanques aos candidatos ao Palácio do Planalto Eduardo Campos (PSB) e Randolfe Rodrigues (PSol). Ainda contaria com a presença de Marina Silva (PSB).

 

Eliana, Pitiman, Izalci, Frejat, Liliane, o ex-deputado Alberto Fraga formariam a direita, com apoio de Arruda e Roriz. A aliança teria o palanque do presidenciável Aécio Neves (PSDB).

 

A estratégia tem algumas incertezas. Os dois grupos precisam definir quais nomes iriam enfrentar Agnelo. Eliana transitaria bem entre um e o outro grupo. Outro detalhe seria a candidatura própria de Toninho.

 

Na hipótese de Arruda conseguir ser candidato, a direita fatalmente lançaria mais um na disputa. O ponto é que Aécio, mesmo com a amizade que tem, não subiria no palanque de Arruda. Não pegaria bem para ele. Então o PSDB teria que arrumar um outro candidato.

 

Agnelo não aposta em ganhar a eleição por WO. Até porque isso não é possível. Trabalha para enfraquecer os adversários e fragmenta-los. E tirar os favoritos da disputa. Quanto mais divididos, mais fracos.

 

Fonte: Blog Ricardo Callado

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