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OPINIÃO – PO surpreende e vence o primeiro debate da Band

Cumprindo uma tradição de quatro décadas, a Band abriu neste domingo (7) a temporada de debates eleitorais. Aqui no DF, sete candidatos foram trocar ideias e farpas em cinco blocos. Ao final de mais de duas horas, o eleitor saiu com algumas fortes impressões: Ibaneis Rocha (MDB) vai apanhar a campanha toda; Leila Barros (PDT) elegeu-se na onda da novidade, pois falta-lhe conteúdo; a esquerda segue com a ladainha de sempre; e Paulo Octávio (PSD), em seu primeiro debate na vida, saiu-se muito bem.

Os ataques ao governador já eram esperados, assim como sua tese de defesa: a culpa é da pandemia. Todo e qualquer gestor do Brasil vai culpar a doença pelos seus maus resultados, mesmo que não seja exatamente dela a culpa dos vazadouros de dinheiro público. Acuado por críticas de todos os lados, Ibaneis respondeu o que deu. No que não dava, passava para as promessas. Não por acaso, as ruas costumam recebê-lo com apupos e vaias. Afinal, o que se prometeu novo envelheceu rápido demais.

Leila Barros (PDT) foi uma decepção. Em certos momentos, parecia precisar de um GPS para se orientar. Ou então que fora para o estúdio da Band, quando o debate ocorria no Lakeside. E demonstrou o que já se sabia desde 2018: quem a inventou foi Rodrigo Rollemberg (PSB), então governador, que depois levou a facada nas costas. Mas, sem seu mentor, ela não chegará longe. Não sabe perguntar e nem responder. Izalci Lucas (PSDB) passou em brancas nuvens. Só se notou a presença dele quando teve um direito de resposta negado – aliás, bem negado. Mesmo bem assessorado, faltou a ele a virulência que vinha usando quando Ibaneis não estava por perto.

Da esquerda, a melhor foi Keka Bagno (Psol), que elevou o tom do debate com chacotas e provocações. E isso acaba fazendo com que as pessoas saiam um pouco da sisudez. Até tem propostas, mas não soube mostrá-las. Rafael Parente (PSB) não foi debater, mas apenas vociferar contra Ibaneis. Não que não tenha razão, mas passou do tom. Perdeu-se em um manancial de ódio e não apresentou uma mísera proposta. Leandro Grass (PV), sorridente e simpático, também mirou Ibaneis. Atirou o que pôde, mas não fez nada além disso. Espera-se, sinceramente, uma plataforma alguma hora.

E chegamos a Paulo Octávio. Longe de estar em uma noite brilhante, ele destacou-se por dois motivos: apresentou propostas e aceitou os desafios sem titubear. Escorregou apenas na questão da violência, porém se recuperou rapidamente e deixou Leila Barros nas cordas. Quando provocado por Ibaneis a abrir mão de contratos com o GDF, caso eleito, aceitou o truco e ainda deu um zap, prometendo que não vai querer nem dinheiro para rádios e TV. Ibaneis ficou lívido, engoliu em seco e elogiou.

Trouxe propostas de policlínicas para a saúde, para reduzir o desemprego e para a educação, como escolas técnicas e combate ao analfabetismo. Em uma noite onde todos queriam o legado do senador José Antônio Reguffe (UB) e Cristovam Buarque, foi o que chegou mais perto do que os dois defendem. Não atacou, propôs. Não se defendeu de ser empresário, mas assumiu que de gestão ele entende. Saiu-se bem. Venceu o debate.

Se a eleição fosse nesta segunda-feira (8), cravaria minhas fichas em um segundo turno com PO e Ibaneis.

Lembro a vocês que já vinha avisando aqui no blog que Reguffe estava enrolando todo mundo para arrumar uma desculpa para sair da vida pública. E os votos dele não irão para Ibaneis, mas correrão naturalmente para PO e Belmonte, porque tem propostas, partidos e projetos para o DF.

E Ibaneis não é mais novidade. Deixou de ser um outsider para ser mais um político cercado de velhos conhecidos políticos ávidos pelo poder a qualquer preço.

Façam suas apostas.

1 COMMENT

  1. Bom dia, nos últimos 20 anos nunca vi um debate com este nível, SOFRÍVEL. O mais experientes estavam estáticos e o novos pareciam estar em um debate para Centro Acadêmico.

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