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    PEC 6 faz justiça a quem dedicou a vida ao trabalho

     

    Neste 17 de junho, um grande encontro promovido por entidades representativas dos servidores públicos, realizado na Associação dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de São Paulo (Afresp), converteu-se numa enfática demonstração de solidariedade do funcionalismo do Brasil, os aposentados e os da ativa, em prol da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional-PEC n° 6/24. Oriunda do Poder Executivo Federal, a proposta estabelece gradualismo na cobrança da taxa previdenciária ou hipóteses de sua exclusão nos regimes próprios de previdência social. Ela representa, especialmente, o fim do confisco da aposentadoria do servidor público.

    Se a prática parlamentar muitas vezes equivoca-se em estabelecer critério único para toda população brasileira, em matéria variada, a proposta contida nessa PEC traz, como justificativa, a racionalidade da adequação à realidade demográfica do País, quando considera a alteração da estrutura etária da população brasileira; procede à inclusão de critério de incapacidade, para isentar de sua cobrança quem estiver com incapacidade permanente para o trabalho ou com doença grave ou o limite de tempo de vida vivido; e, ainda, uniformiza as regras de organização, funcionamento e responsabilidade da gestão dos regimes previdenciários, assim como redefine base de cálculo e alíquota.

    Tal mudança constitucional tem por objetivo a proteção social de cada pessoa em estado de vulnerabilidade, seja pelo estado de saúde ou pelo tempo de vida transcorrido, o que constitui um marco no panorama recente de corte de benefícios sociais, destinado ao pagamento de juros da dívida pública, que a política financista considera como dever sagrado, acima das necessidades sociais.

    O bom senso ainda não despertou em tantos profissionais da economia, já que para cumprir compromisso com o pagamento da dívida não se deve sacrificar o trabalhador desempregado, nem o bem-estar das pessoas, pois assim a roda da economia estaciona. Ao contrário, a política pública deve ser a do aumento da produtividade na economia, que garanta renda e trabalho ao maior número de pessoas e ainda faça crescer a poupança interna, com ampliação das políticas sociais.

    Nosso apoio a essa Proposta de Emenda Constitucional tem, por princípio, a solidariedade que ela expressa, reconhecendo a dignidade da pessoa e cumprindo, assim, o que tantos ignoram: o princípio constitucional, que é central para nosso convívio, o que implica a proteção dos doentes e dos incapacitados e o reconhecimento de todos que viveram do trabalho e conquistaram o direto de envelhecer com dignidade e morrer assistido pelo afeto.

    Essa nova expressão constitucional, que revoga o que de torto ou impeditivo existe na legislação brasileira, para escapar da luminosidade da dignidade da pessoa, celebra o reencontro do Legislativo com o seu propósito sagrado — este sim sagrado — de fazer da lei o baluarte da proteção social.

    Cumprimentamos todas as entidades organizadoras do evento em favor da PEC, que trouxeram para nossa trincheira democrática aqui em São Paulo esse brado solidário e coletivo de justiça social. Também saudamos e agradecemos a todas as pessoas que compareceram. Como Presidente da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP), reitero total apoio à proposta e espero sua aprovação, para que se faça justiça a todos os que dedicaram uma vida ao trabalho, dando significativa contribuição à sociedade e à economia.

     

    *Artur Marques da Silva Filho é presidente da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP).

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