Durante a semana passada aconteceram mudanças significativas no cenário político. Paulo Octávio se filiou ao PP, Arruda no PR, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recusou a criação do partido de Marina e diversos parlamentares mudaram de legenda
JURANA LOPES
jcosta@grupocomunidade.com.br Redação Jornal da Comunidade

O cenário político do Distrito Federal sofrerá consequências com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em negar o registro do partido Rede Sustentabilidade, idealizado pela ex-senadora Marina Silva. Após a decisão, o deputado federal José Antônio Reguffe (PDT) viu seus planos indo por água abaixo, já que ele tinha a pretensão de formar um palanque no DF, juntamente com Marina. Além disso, Reguffe era cotado para ser candidato ao Palácio do Buriti ou ao Senado pelo partido da ex-senadora. O senador Rodrigo Rollemberg também contava com o apoio da Rede para sua candidatura ao governo. Por seis votos a um, os ministros entenderam que a legenda não conseguiu o mínimo de 492 mil assinaturas de apoiadores exigido pela Justiça Eleitoral.
Com a decisão, o partido não poderá participar das eleições do ano que vem. O prazo final para registro de partidos termina no sábado (5). De acordo com a relatora, ministra Laurita Vaz, a Rede cumpriu todos os requisitos para o registro de partido, exceto a entrega do número mínimo de apoios validados pelos cartórios. O advogado da Rede, Torquato Jardim, defendeu em sua sustentação que outras 95 mil assinaturas fossem consideradas, pois foram rejeitadas sem justificativa pelos cartórios eleitorais. Entretanto, a posição dos ministros foi inflexível.

A rejeição da Rede tem grande impacto no DF, pois em 2010, foi em Brasília que Marina Silva recebeu o maior quantitativo de votos na disputa pela presidência da República. Ela conseguiu mais de 610 mil votos, o equivalente a 41% do eleitorado da capital federal e, ao final do primeiro turno, ficou em primeiro lugar na disputa no DF. Marina ainda não decidiu se irá concorrer às eleições de 2014 e disse estar pensando na possibilidade de se filiar a alguma legenda. Ela tem até este sábado para decidir o seu destino.
A entrada de Reguffe no partido de Marina Silva era praticamente certa. Porém, com a decisão do TSE, o parlamentar continuará no PDT. E quem acredita que Reguffe é carta fora do baralho nas próximas eleições pode se surpreender, pois o deputado não desistiu de se lançar candidato ao Palácio do Buriti ou ao Senado. Ao Jornal da Comunidade, Reguffe disse estar triste com a decisão do TSE em negar o registro do partido da ex-senadora Marina Silva. “O que aconteceu foi uma derrota de todas as pessoas que sonham em ver uma forma diferente de fazer política neste país. Eleição deve ser ganha nas urnas, não no tapetão”, destacou.
Briga de veteranos
Na semana passada, Agnelo e Filippelli anunciaram que a aliança dos dois será mantida para à reeleição. Quem entrou na briga foi o ex-governador Joaquim Roriz, filiado ao PRTB, partido que tem o empresário Luiz Estevão como presidente. Roriz avisou que entrou na legenda porque está cansado de ver a cidade maltratada e vai lutar pelo Palácio do Buriti. Na noite de sexta-feira (4), ocorreu a festa de filiação de Roriz e da deputada Liliane Roriz ao PRTB.
O ex-governador José Roberto Arruda se filiou ao PR e também pretende brigar pelo Palácio do Buriti. O ex-governador entrou no PR e tem como companheiros de partido os ex-deputados federais Laerte Bessa e Jofran Frejat e o ex-senador Adelmir Santana. O mais provável é que Arruda forme uma grande aliança política com os partidos mais afinados. A união seria formada provavelmente por PPS, de Eliana Pedrosa; DEM, de Alberto Fraga; PP, onde está Paulo Octávio; PSDB, de Luiz Pitiman e PTN, de Rodrigo Dalmasso.
Além disso, há também o PRTB, partido em que Roriz se filiou juntamente com a filha Liliane. Os dois ex-governadores veem mantendo conversas sobre as eleições de 2014 e ensaiam uma aliança. Com a união desses partidos em uma única chapa, o tempo de TV e rádio durante a campanha eleitoral beneficiará mais ainda os candidatos. Sem contar que essas legendas possuem mais de 200 pré-candidatos para disputarem as cadeiras da Câmara Legislativa e da Câmara dos Deputados.
A provável aliança tem o intuito de tirar o Palácio do Buriti dos petistas e conseguir um grande número de aliados no Legislativo. Arruda e a união desses partidos pretendem formar um grande palanque para Aécio Neves, pré-candidato à presidência da República pelo PSDB.
Paulo Octávio filia-se ao Partido Progressista

O ex-vice-governador e ex-senador Paulo Octávio deixou, no início da semana, o Democratas e se filiou ao PP. O distrital Benedito Domingos permanece na presidência regional da legenda e Paulo Octávio assumiu de imediato a vice-presidência. Benedito não disputará a reeleição. No PP, é dado como certo que Paulo Octávio será candidato a mandato eletivo no ano que vem. Ele possui condições jurídicas para isso. Porém, ainda não está definido que cargo ele disputará. O próprio Paulo Octávio pensa, a princípio, em disputar uma cadeira de deputado distrital e como tem um nome de peso na política brasiliense, terá condições de puxar a votação da legenda e formar uma bancada forte. Paulo Octávio passou 15 anos filiado ao DEM.
Mudanças entre os distritais
As mudanças partidárias na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) seguiram a todo vapor durante esta semana. Na quarta-feira (2), o deputado distrital Israel Batista formalizou sua desfiliação do PEN e agradeceu o apoio que recebeu durante seu período na sigla, no qual inclusive exerceu a função de líder na Casa. No dia seguinte, o parlamentar assinou filiação no PV.
Depois foi a vez de Celina Leão, que deixou o PSD e ingressou no PDT. Entretanto, antes de acertar a entrada no partido, a deputada se encontrou com Carlos Lupi, presidente nacional do PDT e avisou que não iria se filiar à legenda caso houvesse a possibilidade de o partido apoiar Agnelo Queiroz no próximo ano. Além disso, se reuniu também com o senador Cristovam Buarque e com o deputado federal José Antônio Reguffe.
Joe Valle desfiliou-se do PSB e tinha o objetivo de ingressar no partido de Marina Silva, mas como a legenda não foi aprovada pelo TSE o deputado irá para o PDT. Com a mudança, o PSB e o Ministério Público poderão pedir o mandato do parlamentar alegando infidelidade partidária. Joe acredita que o PSB não contestará seu mandato na Justiça. Outra mudança foi a saída do deputado distrital Dr. Michel do PEN para o PR.

Na semana passada, o PSD perdeu três deputados distritais. Primeiro foi a deputada Eliana Pedrosa, que se desligou do PSD e se filiou ao PPS, partido em que ela vai concorrer como candidata ao governo. Além dela, Liliane Roriz também mudou de partido. A herdeira de Joaquim Roriz saiu do PSD e acompanhou o pai para o PRTB. Quem também mudou de legenda foi Washington Mesquita, que se desfiliou do PSD e ingressou nesta semana no PTB. Mais de mil pessoas acompanharam o ato de filiação. O evento contou com a presença do presidente regional, senador Gim Argello.
Washington chega para reforçar a legenda petebista no DF e disputar uma vaga de deputado distrital. “É com muita felicidade que chego ao PTB, um partido que tem uma grande história. Estamos conseguindo fazer uma grande nominata para virmos fortes em 2014. E a nossa meta é fazer com que o PTB continue trabalhando, cada vez mais, para o desenvolvimento da cidade”, destacou.
Mudanças
O deputado federal Augusto Carvalho deixou, na semana passada, o PPS e se filiou ao Solidariedade, partido que será presidido por ele no DF. Luiz Pitiman saiu do PMDB e foi para o PSDB, onde pretende concorrer às eleições de 2014 ao governo. Ele pretende montar o palanque de Aécio Neves, pré-candidato à presidência da República. Esta semana foi a vez de Ronaldo Fonseca. O parlamentar, que presidia o PR no Distrito Federal, se desfiliou para ingressar no PROS, onde também assumirá a presidência regional da nova sigla.