Em seu esforço para se manter no cargo, o governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), negociou uma blindagem com 12 deputados distritais – metade da Câmara Legislativa, como revela reportagem de Demétrio Weber e Catarina Alencastro no jornal “O Globo” desta segunda-feira.
Paulo Octávio é alvo de três processos de impeachment já aceitos pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ele reuniu-se com os deputados sábado, em local sigiloso, já que parte do grupo não queria ser vista participando da reunião.
O primeiro passo da estratégia consiste em separar os pedidos de impeachment de Paulo Octávio e de Arruda, que está preso desde o último dia 11 na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, acusado de tentar subornar uma testemunha do escândalo do mensalão no DEM .
A ideia é criar uma nova comissão especial para tratar apenas dos processos contra Paulo Octávio. O plenário do Supremo Tribunal Federal julgará na quinta-feira o pedido de habeas corpus em favor de Arruda.
A abertura do processo de impeachment, com o afastamento do governador por 120 dias, requer 16 dos 24 votos da Câmara. Ou seja, basta o apoio de nove parlamentares para barrar a iniciativa.
Está prevista para esta segunda-feira a eleição do presidente e dos relatores da comissão especial na Câmara encarregada de analisar as acusações por crime de responsabilidade e fazer um relatório, que será submetido ao plenário.