Polícia investiga suposto desvio no programa DF Digital

 

Policiais do Departamento de Combate ao Crime Organizado (Deco) deflagaram na manhã desta quinta-feira (2) a Operação Firewall, que investiga suposto desvio de verbas públicas em contrato de mais de R$ 30 milhões no programa DF Digital, da Secretaria de Ciência e Tecnologia.

Sete mandados de prisão e outros 15 de busca e apreensão foram cumpridos por determinação do 1ª Vara Criminal de Brasília, segundo informações da Polícia Civil. Até 9h20 desta quinta, dois homens haviam sido presos. A Polícia não divulgou o nome dos suspeitos.

A Polícia informou que o esquema de desvio de verbas teria começado em 2009, em contrato assinado pela Fundação Gonçalves Lêdo junto à Fundação de Apoio e Pesquisa (FAP), vinculada à Secretaria de Ciência e Tecnologia, para administrar o programa DF Digital, criado em 2007 para oferecer cursos de informática e internet à população do DF.

O secretário de Ciência e Tecnologia, Cristiano Araújo, informou ao G1 que o governo e o TCDF deram um prazo para que a Fundação apresentasse a prestação de contas do contrato, o que não foi feito. “Eles nunca mostraram esses números, por isso o contrato com a secretaria foi anulado há cinco meses, com o aval do tribunal. Não tínhamos como manter um contrato com uma entidade que mais parecia uma quadrilha”, enfatizou o secretário de Ciência e Tecnologia.

Mas as denúncias apuradas pela investigação são referentes aos anos de 2009 e 2010, durante a gestão do então secretário Izalci Lucas, atualmente deputado federal pelo PR-DF. Izalci foi secretário do ex-governador José Roberto Arruda, que deixou o Buriti acusado de envolvimento no suposto esquema de corrupção que ficou conhecido como mensalão do DEM.

Izalci (foto) disse ao G1 estar “surpreendido” com a operação pelo fato de as supostas irregularidades já estarem sendo analisadas pela Justiça. “Me estranha muito vir uma questão como essa num momento em que o processo está em fase de sentença na Justiça”, disse o deputado.

Izalci também negou que haja irregularidades no contrato e afirmou que o documento foi assinado conforme determina a lei distrital de contratação de organizações sociais. O G1 entrou em contato, por telefone, com a sede da Fundação Gonçalves Lêdo, mas foi informado que  nenhum membro de direção estaria no local nesta quinta-feira.

Segundo o inquérito, a Fundação Gonçalves Lêdo subcontratou empresas para executar o programa de inclusão digital e, mesmo assim, ele não foi executado como previa o contrato. O dinheiro teria ido parar na conta de integrantes da fundação. A polícia informou que há indícios claro de evolução patrimonial dos investigados incompatível com a renda deles. Informações do G1.

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