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    População em situação de rua começa a ser imunizada com doses da Janssen

    Dose única para este público é melhor pois muitos não retornam para tomar uma segunda dose

    JURANA LOPES*, DA AGÊNCIA SAÚDE-DF

    Nesta segunda-feira (28) começou a vacinação contra Covid-19 na população em situação de rua do Distrito Federal. Para este público foram reservadas 950 doses da vacina Janssen – aplicada em dose única. As equipes do Consultório de Rua serão responsáveis pela aplicação da do imunizante.

    Denise Ocampos, gerente de Atenção à Saúde de Populações em Situação Vulnerável e Programas Especiais ressalta que é bem melhor imunizar a população em situação de rua com uma vacina que seja dose única.

    “Como a vacina Janssen é dose única esse público já sai daqui imunizado. Isso é muito importante, pois essas pessoas não costumam voltar para tomar a segunda dose da vacina. Isso ocorreu em outros estados que aplicaram vacinas que necessitavam de duas doses. Alguns perdem o cartão, outros se recusam a vacinar novamente”, explica.

    A Secretaria de Saúde disponibilizou 950 doses da vacina Janssen para este público. As doses serão aplicadas nos Centros de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) do Plano Piloto e de Taguatinga e no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Ceilândia. Também foram disponibilizadas 300 doses da vacina CoronaVac para serem aplicadas nos servidores da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) que atuam nessas instituições.

    “Hoje, a estimativa é que o DF possua 2,2 mil pessoas em situação de rua. Estamos priorizando neste primeiro momento a população não abrigada, pois estão mais expostos à Covid-19 e outros agravos. A situação de higiene dele é precária, o que prejudica a prevenção. Além disso, muitos possuem comorbidades, são idosos, o que aumenta o risco. Vamos ampliar a vacinação até que todos sejam imunizados à medida que forem chegando mais doses da Janssen”, afirma.

    Denise lembra que vacinar essas pessoas é uma maneira de dar maior qualidade de vida a elas e de prevenir a circulação do vírus em toda a cidade, já que elas circulam por todo o DF, muitas vezes sem máscaras.

    Francisco Souza, 35 anos, disse estar grato em receber a imunização contra Covid-19. “Estou feliz em saber que o governo observa que nós também precisamos desta vacina. Muitos moradores de rua estão pegando a Covid-19 nas ruas e morrendo. Nós também temos uma vida e ela tem valor”, afirma.

    Para Gilmar Melo, de 49 anos, tomar a vacina da Janssen é um alívio e o deixa muito feliz por saber que com apenas uma dose já estará imunizado contra a doença.

    População em situação de vulnerabilidade

    Cleomar Ferreira dos Santos, de 53 anos, foi a primeira a ser vacinada pouco antes das 9h30 desta segunda-feira (28). Apesar da fisionomia assustada com a agulha, ela não escondeu a emoção. “É uma vitória. Eu tinha medo de não conseguir ser vacinada”, comemorou.

    “Feliz em ser essa de dose única, pois não é sempre que a gente consegue voltar aqui no Centro Pop. Assim, agora, é continuar se protegendo e, depois, vida nova”, completa a cidadã que espera poder usar essa imunização até como ferramenta para conseguir uma colocação profissional. “Vou poder mostrar nas entrevistas de emprego que já estou vacinada e pronta para o trabalho”.

    Para Ivan Gomes, de 48 anos, a dose chega para coroar um grande momento em sua vida. “Virei autônomo e, após mais de ano nas ruas, estou saindo dessa situação e indo, finalmente, para minha casa”.

    Autônomo. Saindo de situação de rua. Sensação terrível, esteve mal, mas não sabe dizer se foi covid. Mais de um ano.

    Os cerca de 180 cidadãos acolhidos no alojamento provisório montado no Estádio Maria de Lourdes Abadia (Abadião), em Ceilândia, também vão receber o imunizante.

    De acordo com a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, todos os usuários que estiverem na portaria dos Centros Pops vão ser vacinados, obedecendo o limite de doses. “Trata-se de um público extremamente vulnerável por ter contato com muitas pessoas ao longo do dia. O GDF sensibilizou-se com essa demanda, que tem o objetivo de chegar também às unidades de acolhimento e casas de passagem”, explica a gestora.

    Públicos da assistência social

    Desde o início do ano, vários integrantes dos grupos prioritários atendidos pela Política de Assistência Social do DF já receberam o imunizante contra o vírus. Ainda em janeiro, 92 idosos abrigados em instituições de acolhimento foram vacinados.

    Em março, 48 indígenas de diversas etnias acompanhados pelo Centro de Referência da Assistência Social (Cras) do Gama, tiveram acesso à primeira dose. Antes disso, porém, o trabalho alcançou 47 Guajajaras.

    Em maio, as 17.182 pessoas com deficiência que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC) no Distrito Federal, com idade entre 18 e 59 anos, receberam mensagens de texto ou ligações telefônicas convocando-as para a vacinação contra a Covid-19.

    *Com informações da Sedes.

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