Professor Israel defende ampliação do Passe Livre e a extensão do benefício até um ano após o término do ensino médio

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A ampliação do Passe Livre no Distrito Federal foi tema de audiência pública, ontem, no plenário da Câmara Legislativa. Os cerca de 200 estudantes presentes tiveram espaço para falar sobre suas necessidades e expectativas com relação ao transporte público. Professor Israel, à frente do encontro, disse que se faz urgente a ampliação do benefício, já que a vida estudantil é dinâmica. “O Estado não pode engessá-los e determinar quais linhas eles vão usar. Existem outras atividades importantes para a formação também, como cursos de línguas, projetos de pesquisas e eventos culturais que não são atendidos hoje”, disse o parlamentar.

Israel defendeu ainda que o Passe Livre seja estendido até depois de um ano da conclusão do ensino médio. “É preciso garantir ao estudante a continuidade dos estudos, com o benefício para que ele possa frequentar o pré-vestibular ou um curso profissionalizante. Dificilmente esse jovem sai da escola e vai direto para a universidade”, falou.

A estudante do 3º ano do ensino médio Luiza Abreu, de 16 anos, afirmou que a liberdade de mobilidade contribui para a formação do cidadão. “Gostaria de pedir para que os senhores considerem a questão do Passe Livre irrestrito porque, sem ele, vocês estão limitando o futuro do país e, enquanto o futuro for limitado, o Brasil não vai para frente”, disse dirigindo-se à mesa.

Os representantes das entidades estudantis foram unânimes ao dizer que o atual formato não atende aos alunos. Leonardo Mateus, da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), explicou que existe a necessidade de acesso ao esporte e ao lazer. “Eu gostaria de fazer vôlei na Vila Olímpica à noite, mas o Passe Livre não é suficiente para isso. Nós queremos também ir a museus, teatros, cinemas, shows aos finais de semana e feriados”, acrescentou.

Segundo o vice-presidente regional da União Nacional dos Estudantes (UNE), André João Costa, a rotina dos jovens é repleta de ocupações que vão além da escola. “Nós queremos fazer cursos de línguas e outras atividades extracurriculares para conseguir chegar à universidade. Hoje a educação não se limita às aulas regulares”, reivindicou.

Para João Karp Martins, coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de Brasília (UnB), muitos alunos faltam aulas ou deixam de participar de projetos da faculdade por não poder pagar a passagem de ônibus. “O direito de estudar que o Estado garante tem que vir junto com o direito de ir e vir. Afinal, nós participamos de muitas atividades”, contou.

Recursos – Clóvis Antônio Jacob, diretor-geral do DFTrans, assinalou que a ampliação do Passe Livre será analisada, mas que no momento não há recursos orçamentários para isso. “Uma das medidas para saber se há viabilidade é implantar o sistema de controle. Ele permitirá saber exatamente quantas vezes o estudante está utilizando o Passe Livre por meio de uma identificação da face. Precisamos também melhorar o sistema. O ideal é que o estudante possa validar o seu cartão em vários locais, como banca de revista ou agência bancária, por exemplo. Esse seria um importante avanço”, reconheceu.

O subsecretário de Políticas e Projetos de Mobilidade da Secretaria de Mobilidade do DF, José Ribamar Góes, diz que entende a reinvindicação, mas que o orçamento é limitado. “Não podemos perder de vista as questões financeiras. Mas estamos abertos a examinar todas as propostas”, pontuou.

A subsecretária de juventude da Secretaria de Políticas para a Criança, Adolescentes e Juventude, Aline Bezerra, colocou a pasta à disposição para atuar como interlocutora junto ao governo. “Vamos promover este debate a partir das entidades estudantis, dos conselhos de juventude e levar para o governo”, propôs.

Projetos de Lei – Como resultado da audiência pública, Professor Israel protocolou dois projetos de lei. Um dos documentos estende o Passe Livre para os estudantes que terminaram o ensino médio por mais um ano, para garantir acesso aos estudos até o ingresso na universidade. O outro projeto assegura também aos estudantes todos os outros benefícios concedidos aos alunos de ensino médio por igual período, como o pagamento de meia-entrada em eventos desportivos e culturais.

 

 

Fonte: Donny Silva

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