Rodrigo Rollemberg não aprova a candidatura de Joe Valle à Presidência da Câmara

Qual é a moeda nas negociações em curso para o comando da Câmara Legislativa?

POR ANA MARIA CAMPOS-EIXO CAPITAL/CORREIO BRAZILIENSE/TONINHO TAVARES/AGÊNCIA BRASÍLIA –

 

Jogo da sucessão é pano de fundo na Câmara

 

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) está em campo para ajudar a decidir a eleição do novo presidente da Câmara Legislativa. Com a base rachada em duas candidaturas, ele dobrou o empenho para convencer os deputados a votarem em Agaciel Maia (PR). Tem chamado um a um os deputados para pedir voto. Para Rollemberg, está em jogo o equilíbrio do Executivo nos próximos dois anos. Ele acredita na lealdade de Agaciel para conduzir os projetos de interesse do GDF na Casa. Perder essa disputa pode significar maremotos até a eleição de 2018, inclusive com a votação de pedidos de impeachment e CPIs incômodas. Mais do que isso, pode provocar a dificuldade de aprovação de matérias indispensáveis para o dia-a-dia do governo. Não à toa o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), potencial candidato ao Buriti, também participa das negociações. Quer alguém de seu grupo político no comando da Câmara. Em questão, a sucessão no governo em 2018.

 

Petistas são o fiel da balança

 

A bancada do PT pode decidir a eleição na Câmara Legislativa. Num quórum de 24 deputados, em que a união de 13 distritais elege o presidente, os votos dos três petistas estão sendo cobiçados. Chico Vigilante não esconde o apoio à candidatura de Agaciel Maia (PR), mas Ricardo Vale (foto) e Wasny de Roure têm conversado também o rival dele, Joe Valle (PDT). Os dois concorrentes ofereceram a Ricardo Vale o cargo de vice-presidente da Câmara. Mas, apesar de todo o embate de Rollemberg com o governo anterior, de Agnelo Queiroz, hoje os petistas tendem a dar a vitória ao GDF.

 

Exemplos do passado

 

O poder do Executivo nas negociações para a presidência da Câmara Legislativa é grande, mas não soberano. Há vários exemplos de derrotas do candidato do governador nas disputas para a Mesa Diretora. Joaquim Roriz, em 2004, foi atropelado pela candidatura de Fábio Barcellos (foto), articulada pela então deputada Eliana Pedrosa. Roriz queria Pedro Passos, mas não emplacou. José Roberto Arruda também preferia Raimundo Ribeiro e Eurides Brito a Alírio Neto e Leonardo Prudente, que se elegeram sucessivamente durante o mandato dele. Isso não significou falta de habilidade política. Roriz e Arruda tinham esse atributo. Por isso, não é impossível que Rodrigo Rollemberg acabe vendo a candidatura de Agaciel Maia (PR) naufragar.

 

No voto

 

Líder do bloco com cinco deputados, do PDT, Rede e PV, o deputado Reginaldo Veras (PDT) garante: nosso candidato é Joe Valle (PDT), vamos ganhar ou perder no voto. Para tentar desmontar o grupo, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) ofereceu a Reginaldo uma composição com Agaciel para que o pedetista seja o vice-presidente da Câmara.

 

Distantes

 

Rodrigo Rollemberg não aprova a candidatura de Joe Valle à Presidência da Câmara. Apesar do espaço que Joe dispõe no Executivo, com a indicação dos secretários de Agricultura e de Trabalho, Desenvolvimento Social, Direitos Humanos e Igualdade Racial, os dois não se bicam. A relação já era difícil quando Joe estava filiado ao PSB e quase foi expulso pelas relações próximas com petistas como Gilberto Carvalho. Na época, Rollemberg se afastou do PT e se declarou oposição a Agnelo, dois anos antes de disputar o Palácio do Buriti. Ironicamente, agora a tendência é de que os petistas sigam com Rollemberg e não com Joe.

 

A pergunta que não quer calar….

 

Qual é a moeda nas negociações em curso para o comando da Câmara Legislativa?

2 COMENTÁRIOS

  1. Na minha opinião não passa de JOGO DE CENA o rompimento/descontentamento do Rolemburro com o João Valle. Fala que não quer, mas na verdade quer. Isso é só para Induzir os poucos deputados que restam de oposição a compor com seu candidato CHAPA BRANCA. Eu já sei disso, é o Agaciel???

  2. Que o cidadão e os deputados de bem não se deixem enganar. Na semana da votação da presidência da CLDF, vai aparecer de maneira sorrateiramente e tendenciosa, os processos dos atos secretos. A pergunta que fica no ar…. É o processos que ocorrem nos porões do Ministério do Trabalho, vão vir à tona???

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