ROLLEMBERG MANDA BRUNA DESMORALIZAR A CÂMARA LEGISLATIVA E CONSTRANGER DEPUTADOS DISTRITAIS PERANTE AUDIÊNCIA PÚBLICA

CONDOMINIOS90Apesar das vaias de um plenário lotado por mais de 600 moradores de condomínios do Distrito Federal, no entanto a postura desrespeitosa da presidente da Agefis, Bruna Pinheiro, teve a intenção de desmoralizar a Câmara Legislativa e constranger os deputados presentes à audiência pública, entre eles a presidente Celina Leão. A sensação passada ao povo foi de fragilidade total dos deputados. A Câmara e nada era a mesma coisa para a presidente da Agefis que se ausentou antes mesmo da reunião terminar.

LETRA N COM ASPASão vim aqui para perder meu tempo e nem fazer nenhum acordo com os senhores para cessar nenhuma derrubada. As demolições vão continuar, e a prioridade são as casas recentes construídas de julho de 2014 até hoje. Porém, nenhuma casa irregular vai continuar de pé no DF, seja com 2, 3, 5, 10 ou 20 anos. Tudo que for irregular vamos derrubar”, disse Bruna Pinheiro para um plenário cheio que exigia a instalação da CPI da Agefis e da Terracap.

Moradores de condomínios de vários pontos do DF que ocuparam o plenário da Câmara Legislativa na busca de um acordo que cessassem as derrubadas truculentas que já desabrigaram mais de duas mil famílias este ano saíram com a impressão de estarem diante de uma Câmara ajoelhada para o governo e sofrendo de uma enorme dependência do poder da mão do governador Rodrigo Rollemberg.

Nenhum dos 24 deputados distritais que assinaram um requerimento convidando a presidente da Agefis Bruna Pinheiro para participar da audiência pública, realizada nesta segunda-feira 07, soube a onde meter a cara depois do tom arrogante e de desdenho da servidora. A impressão que ficou foi de que a CLDF e nada era a mesma coisa para a presidente da Agefis.

Não é a primeira vez que a presidente da Agefis trata com desprezo a Câmara Legislativa do Distrito Federal e conta para isso com o apoio integral do governador. A suposta interferência do Buriti para que Bruna se comportasse de tal forma foi suscitada entre os deputados que resolveram elevar o tom contra o Executivo.

O Deputado Ricardo Vale (PT), ameaçou exatamente o que a maioria dos moradores de condomínios já vem alertando há muito tempo: propor a instalação de uma CPI para apurar os escandalosos casos de grilagem de terras praticados pela Terracap, como é o caso dos 508,16 hectares de terras particulares onde o governo tenta consolidar o “Projeto Saída Norte” com a edificação de 100 mil apartamentos em parceria com as construtoras: OAS e a JC Contijo, ambas doadoras de campanha de Rodrigo Rollemberg.

O caso do grilo de 36 bilhões de reais foi parar na Justiça e as matriculas 125.887, 125.888 e 125.889 da referida área foi trancada sob pena de dano grave e irreparável aos demais herdeiros do espólio de Joaquim Marcelino de Sousa, pelo Superior Tribunal de Justiça no inicio do mês passado por decisão colegiada.

Por trás do notório empenho do Governo Rollemberg, que tenta a força desconstituir condomínios na região de Vicente Pires, Jardim Botânico, Altiplano Leste e Sobradinho está o bilionário interesse imobiliário, por meio de parceria público privado, que garante muito dinheiro ao atual governo e para os grandes empresários da construção civil do DF.

Nessa esteira, a Agefis está sendo utilizada com o seu poder de policia para pavimentar erradicar condomínios em processos de regularização na força bruta. Por causa disso, Ricardo Vale quer meter no pacote de investigações a Agefis.

Em operações realizadas no Sol Nascente onde foram destruídas 213 casas e no condomínio Bougainville onde foram derrubadas 45 casas, funcionários da Agefis e da Seops invadiram as casas habitadas sem nenhuma ordem judicial, humilhando, prendendo e espancado moradores para em seguida passar o trator por cima de seus imóveis. O ato foi condenado por Ricardo Vale que é presidente da Comissão dos Direitos Humanos da CLDF.

Os distritais ameaçam ainda apurar casos de corrupção e de propina que envolve agentes do governo do setor de fiscalização e de venda de terras do GDF. O deputado Lira (PHS), quer apresentar ainda esta semana ao plenário, projeto de lei que quebra o poder de mando da Agefis. O deputado Renato Andrade (PR) também criticou duramente as ações da Agefis e pontuou a necessidade de diálogo entre o órgão e a Câmara Legislativa. “É preciso que haja diálogo, é preciso que a Casa seja informada do que vai acontecer”, disse.

Na avaliação do deputado Raimundo Ribeiro PSDB, o comportamento de Bruna Pinheiro foi intencionado para desmoralizar a Casa Legislativa. Na visão do parlamentar foi um ato estúpido da servidora ao desmerecer os distritais diante da população presente que recorre ao legislativo em busca de amparo e que o governador Rodrigo Rollemberg precisa fazer política.

Para Ribeiro isso significa arrumar votos na Câmara Legislativa e organizar politicamente as prioridades do governo. “Do contrário, correrá o risco de continuar com uma administração paralisada e um governo que não governa”, apontou.

A situação provocada por Bruna Pinheiro ao afirmar que a sua prioridade é continuar derrubando casas construídas no período de julho do ano passado para cá e em seguida derrubar as mais antigas elevou os ânimos revoltados de mais de 600 pessoas que foram a CLDF participar da audiência publica. O xingamento foi geral. A presidente da Agefis deixou o plenário sob forte aparato de segurança.

Os deputados Ricardo Vale, Bispo Renato, Celina Leão, Telma Rufino e o líder do governo, deputado Julio Cesar para contornar a situação entraram em contato com o governador Rollemberg. O chefe do Executivo prometeu receber hoje (terça-feira) uma comissão de deputados para negociar a imediata parada das derrubadas e a reabertura de diálogo, para iniciar os processos de regularização dos condomínios consolidados no DF.

Ao se dirigir ao plenário a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão, ameaçou travar a pauta das votações e imediatamente recolher as assinaturas necessárias para abertura de uma CPI da AGEFIS/TERRACAP. O Radar está de olho e vai acompanhar.

 

Fonte: Radar Condomínios

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