RORIZ COBRA FIDELIDADE DO DEM

Roriz cobra fidelidade ao DEM Em reunião com os dirigentes do Democratas, candidato PSC reclamou da postura de Fraga, que abandonou sua campanha

Ana Maria Campos/Correio Braziliense

Em reação às declarações do deputado federal Alberto Fraga (DEM) de abandono à sua campanha, o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) reuniu ontem dirigentes do Democratas para cobrar uma postura de aliado. Na conversa, uma possível substituição da candidatura ao Senado chegou a ser discutida, mas emprincípio descartada por três motivos: a dificuldade legal de contrariar a convenção regional do DEM, uma reação dos democratas em aceitar interferência externa e o receio de criar uma crise maior com a intervenção da direção nacional do partido. Roriz reclamou da postura de Fraga ao presidente regional do DEM, senador Adelmir Santana, ao secretário-geral, Flávio Couri, ao ex-deputado Osório Adriano e ao distrital Raad Massouh. Também esteve presente à reunião o deputado Jofran Frejat (PR), candidato a vice na chapa de Roriz. Na disputa por uma vaga de deputado federal, o ex-secretário de Ordem Pública Roberto Giffoni também passou na casa de Roriz, no Park Way.

Cansado das vaias nos comícios de Roriz, o deputado Alberto Fraga anunciou publicamente que não fará mais campanha ao lado dele: ação orquestrada - (Daniel Ferreira/CB/D.A Press - 17/7/10 )
Cansado das vaias nos comícios de Roriz, o deputado Alberto Fraga anunciou publicamente que não fará mais campanha ao lado dele: ação orquestrada

Os democratas passaram o dia em discussões sobre como proceder daqui para frente numa campanha desorganizada e sem a união do partido. Amanhã, a executiva regional vai se reunir oficialmente para deliberar sobre o assunto. Em entrevista exclusiva ao Correio, publicada ontem, Fraga anunciou que não fará mais campanha ao lado de Roriz. Não frequentará comícios e nem participará do corpo a corpo com o eleitorado ao lado dele. Ele reclama de uma suposta ação orquestrada para desgastá-lo, envolvendo donos de vans e taxistas.

Em vários eventos de campanha de Roriz, Fraga foi vaiado e saiu irritado. Com a sensação de estranho no ninho, ele declarou que a volta do ex-governador ao Palácio do Buriti significará o retorno da ilegalidade, com invasões, vans irregulares e ambulantes. Assume, assim, justamente o discurso que José Roberto Arruda faria se concorresse contra Roriz. O secretário-geral do DEM disse ontem ao Correio que a iniciativa de Fraga criou mal-estar para o partido, mas não se cogita substituí-lo na candidatura ao Senado. “Houve uma situação muito ruim. O Fraga é intempestivo. Não podemos sair discutindo com um aliado, mas também respeitamos o nosso candidato ao Senado”, disse Couri.

Fraga não cogita deixar o posto, mas a legislação eleitoral abre a possibilidade para mudanças até a próxima quarta-feira. Se quiser e houver consenso na legenda, ele poderá trocar a sua candidatura ao Senado por uma vaga na Câmara Federal. Nesse caso, o senador Adelmir Santana e a deputada distrital Eliana Pedrosa são as alternativas para substituir Fraga. “Só existem três formas de trocar um candidato ao Senado: renúncia, morte ou impugnação e eu não vou renunciar”, afirma Fraga.

Roriz não quis comentar ontem as declarações de seu “aliado”. Frejat também evitou tratar do assunto publicamente. O coordenador da campanha do ex-governador, Paulo Fona, afirmou que a reação de Fraga é desproporcional. “O ex-governador sempre buscou a união e nunca incentivou hostilidades. Sempre que havia vaias, ele pedia unidade”, destacou Fona. Não é o que pensam Fraga e seus aliados na campanha. A avaliação é de que Roriz conspira contra ele e só pede votos para eleger a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB), a outra concorrente ao Senado da coligação.

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