O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou nesta quarta-feira, 22, recurso para retirar do juiz federal Sérgio Moro, da primeira instância, a competência para julgar Cláudia Cruz e Danielle Cunha, mulher e filha do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). As duas queriam ser julgadas com o parlamentar no corte suprema devido à ligação dos fatos.O caso de Cláudia e Danielle foi repassado a Moro em março por decisão do relator da Operação Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, por não terem foro privilegiado, direito de parlamentares serem julgados na Corte.
De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República, as duas são citadas como beneficiárias das contas atribuídas ao deputado na Suíça.
Para Zavascki, as condutas de Cunha podem ser analisadas separadamente no STF. “Não vejo porque relacionar isso, ver nesse fato específico, a indispensabilidade de manter aqui com esse grande contexto do objeto da acusação”, afirmou o ministro. Ele explicou que se o caso delas fosse mantido no STF, outros suspeitos sem o foro privilegiado teriam também de ser processados na Corte.
“Teríamos que rever tudo que temos decidido em relação a todos esses episódios dessa operação chamada Lava Jato. Teríamos centenas e centenas de pessoas envolvidas que teriam de ser processadas aqui no Supremo. Levaríamos a absoluta falência dessa investigação”, afirmou
A decisão de manter Cunha separado da mulher e da filha na Justiça foi tomado durante análise de uma denúncia, aceita por unanimidade nesta quarta, contra o deputado pela suspeita de que teria recebido e movimentado R$ 5,2 milhões de propina em contas secretas na Suíça.
Fonte: Diário do Poder