Temer oferece jantar no Palácio da Alvorada a ministros e líderes aliados

Presidente chamou líderes da base para tratar da PEC dos gastos públicos.
Dilma desocupou a residência há 20 dias, mas Temer ainda reside no Jaburu.

Gustavo Garcia e Luciana AmaralDo G1, em Brasília

Michel Temer conversa com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), durante jantar no Palácio da Alvorada (Foto: Reuters / Ueslei Marcelino)

O presidente Michel Temer recebeu na noite desta terça-feira (27), em um jantar no Palácio da Alvorada, todos os 24 ministros de seu governo, os presidentes da Câmara e do Senado e também líderes da base aliada no Congresso Nacional. No encontro, o peemedebista discutirá com os governistas, entre outros pontos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos nas próximas duas décadas.

O jantar é o primeiro evento no qual Temer usa a residência oficial da Presidência da República. Antiga inquilina do Alvorada, a ex-presidente Dilma Rousseff desocupou o palácio em 6 de setembro, mas, desde então, o imóvel estava sem uso.

Temer ainda está morando com a mulher, Marcela, e o filho caçula, Michelzinho, no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência. A assessoria do Planalto informou que o peemedebista ainda não decidiu se irá se mudar com a família do Jaburu para o Alvorada.

Além dos 24 integrantes do primeiro escalão, também compareceram ao jantar na residência oficial o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e a advogada-geral da União, Grace Mendonça.

Em um esforço para demonstrar a coesão da base, Temer conseguiu reunir no evento, em plena semana de “recesso branco” do Legislativo, lideranças de nove partidos aliados e os líderes do governo na Câmara (André Moura), no Senado (Aloysio Nunes) e no Congresso (Rose de Freitas).

Também foram chamados ao jantar o primeiro-secratário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), e os deputados Alexandre Baldy (PTN-GO) e Danilo Forte (PSB-CE). Baldy é o relator do projeto que pretende alterar a lei de repatriação de recursos mantidos no exterior sem declaração à Receita Federal. Já Forte é o presidente da comissão especial criada na Câmara para analisar a PEC do Teto de Gastos.

Segundo o líder do governo na Câmara, o objetivo do encontro de Temer com ministros e congressistas aliados é articular a primeira votação da PEC, prevista para a próxima semana.

A medida, que limita os gastos públicos à inflação do ano anterior, é a principal proposta de ajuste fiscal do governo para reduzir as despesas públicas. Por pressão dos governadores, as novas regras deverão valer apenas para o governo federal, deixando de fora os estados.

Racha na base
De acordo com o colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti, Temer tambémtentará evitar um “racha” na base aliada em razão de uma disputa precoce pela sucessão na Câmara dos Deputados.

Nos bastidores, potenciais candidatos ao comando da Casa já se movimentam para conquistar apoio para a eleição, prevista para fevereiro de 2017.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já afirmou que pretende colocar o texto em votação no plenário da Casa na primeira semana de outubro, após o primeiro turno das eleições municipais.

Para virar lei, a PEC precisa ser aprovada em dois turnos pela Câmara e pelo Senado com quórum qualificado, equivalente a dois terços dos parlamentares da Câmara e do Senado.

“O objetivo do jantar é discutir a PEC dos gastos, uma vez que ela já está tramitando e é prioritária para o governo. Nosso objetivo é garantir que ela seja votada ainda em outubro na comissão e aprovada ainda este ano”, disse ao G1 André Moura.

Além do jantar que será oferecido aos parlamentares governistas nesta terça, Temer participará na quarta, segundo a assessoria do Planalto, de um café da manhã com aliados na residência oficial de Rodrigo Maia.

Segundo André Moura, o presidente também tratará da PEC dos gastos públicos no café da manhã. O líder do governo na Câmara ressaltou que a aprovação da PEC é considerada “urgente” pelo Planalto e, por isso, é preciso que Temer articule o projeto junto à base aliada.

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