Tribunal do DF quebra estigma de lentidão e julga casos em até quatro meses

    Na contramão do pensamento comum de que a condenação de acusados no Brasil é lenta, tribunal do DF dá respostas rápidas à sociedade. Em alguns casos ocorridos este ano na capital, sentenças foram aplicadas quatro meses após os crimes

    Gizella Rodrigues

     

    Sexta-feira Santa, 6 de abril, 20h. O analista do Banco Central Saulo Batista Jansen, 31 anos, lancha com a mulher e a filha de cinco meses na 413 Norte. Um jovem de 21 anos decide assaltar os fregueses do estabelecimento. Entra no local, rouba um notebook, um celular e uma bolsa. Para tentar impedir a fuga do bandido, um cliente e um garçom correm atrás do criminoso, que se vira e dispara. O tiro atinge o peito do pernambucano Saulo, sentado com a família na última mesa da loja. O ladrão, Tiago Pereira Andrade, foi condenado pela Justiça em pouco mais de quatro meses após o assassinato.

    Assassino confesso do analista do Banco Central Saulo Batista Jansen, morto em abril, Tiago Pereira (C) foi condenado em agosto (Elio Rizzo/Esp. CB/D.A.Press)
    Assassino confesso do analista do Banco Central Saulo Batista Jansen, morto em abril, Tiago Pereira (C) foi condenado em agosto

    Tiago acabou sentenciado a 24 anos e um mês de prisão em regime fechado, por roubo e latrocínio, pelo juiz Frederico Ernesto Cardoso Maciel da 4ª Vara Criminal de Brasília. Maciel se apoiou no depoimento do réu e de testemunhas para condená-lo. O rapaz confessou a autoria do crime, mas negou a intenção de matar alguém. Disse que atirou para cima. Mas, ao ouvir pessoas que presenciaram a ação, o magistrado entendeu que a intenção de Tiago era acertar outro cliente de quem já havia subtraído um celular mas, por erro de pontaria, acabou por atingir Saulo.

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