Especialista alerta para o tratamento e diagnóstico precoce
O dia 16 de setembro é marcado pelo Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose, uma campanha que reforça a importância dos cuidados com a saúde vascular. De acordo com pesquisa da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBAC), baseado em informações do Datasus e do Ministério da Saúde, o Brasil enfrenta um desafio considerável quando se trata de trombose. Em média, 113 pessoas por dia são internadas na rede pública de saúde para o tratamento da doença.
A trombose é uma condição vascular que ocorre quando coágulos sanguíneos causam a interrupção do fluxo de sangue. Existem dois tipos principais de trombose: a trombose venosa profunda (TVP), que se desenvolve nas veias profundas das pernas, e a trombose arterial, que ocorre nas artérias, geralmente devido ao acúmulo de placas de gordura, conhecida como aterosclerose. A TVP pode ser causada por fatores como: imobilidade prolongada, cirurgia, trauma, predisposição genética, câncer, uso de hormônios, gestação, pós parto e obesidade, enquanto a trombose arterial está frequentemente associada ao tabagismo, diabetes, hipertensão arterial e colesterol alto, que são fatores de risco para aterosclerose.
A Dra Camila Oliveira, que é angiologista e cirurgiã vascular da clínica Venous, explica a importância do diagnóstico, e alerta sobre as consequências da trombose, que podem ser severas quando não diagnosticadas precocemente. “Quando um coágulo de uma veia se solta e anda pela corrente sanguínea, pode obstruir o fluxo da circulação do pulmão, resultando em condição potencialmente fatal chamada embolia pulmonar, assim como a trombose venosa não tratada pode levar a inchaço crônico e úlceras na pele, enquanto a trombose arterial pode causar amputação de perna, infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral”, afirma a especialista.
Os dados também apontam que entre janeiro de 2012 e maio de 2022, 425.404 brasileiros foram hospitalizados devido à trombose venosa. Do total de atendimentos, 394.254 (92,7%) ocorreram em caráter de urgência, destacando a importância de um diagnóstico precoce e tratamento adequado.
Segundo a especialista, a trombose, muitas vezes, tem sintomas silenciosos, passando despercebidos ou confundidos com outras doenças. “As pessoas podem ignorar os primeiros sinais, o que pode agravar ainda mais a situação. É de extrema importância que todos estejam conscientes dos sintomas típicos da trombose para procurar um médico especialista, que fará o diagnóstico com o ecodoppler vascular, um ultrassom que avalia o fluxo sanguíneo nas veias e artérias” explica a Dra Camila Oliveira
A cirurgiã vascular destaca alguns sintomas associados a trombose venosa:
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Dor e inchaço nas pernas: Muitas vezes, a trombose venosa profunda começa com dor e inchaço na perna afetada.
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Vermelhidão no trajeto da veia: quando a trombose afeta as veias mais superficiais, quadro conhecido como tromboflebite, onde o trajeto da veia fica vermelho e endurecido.
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Falta de Ar e Dor no Peito: Em casos mais graves, a trombose pode levar à embolia pulmonar, causando falta de ar, dor no peito e até mesmo a morte.
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Sensação de peso nas pernas
São sintomas relacionados à trombose arterial:
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Dor ou sensibilidade na perna afetada, que pode ser constante ou aumentar ao caminhar, causando interrupção da caminhada ou mesmo acordar o paciente durante o sono devido a dor.
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Frialdade, palidez e coloração arroxeada dos dedos dos pés ou mãos.
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Perda de Função do Órgão: Se a trombose arterial ocorrer em um órgão vital, como o coração, cérebro ou rins, pode levar a sintomas relacionados à disfunção desse órgão, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral ou insuficiência renal.
Prevenção e Conscientização
A prevenção e conscientização são peças chave na batalha contra a trombose. É fundamental que as pessoas estejam bem informadas sobre os fatores de risco e os sinais de alerta associados a essa condição vascular séria. “Em caso de suspeita de trombose ou na presença de fatores de risco, é aconselhado uma consulta médica sem demora”, adverte Camila. A angiologista também acrescenta algumas medidas eficazes que podem auxiliar na redução do risco de trombose. “Primeiramente, é importante movimentar-se regularmente, evitando permanecer sentado ou em pé por longos períodos, sobretudo durante viagens prolongadas. Manter-se bem hidratado é fundamental para garantir o adequado fluxo sanguíneo. Para aqueles com risco elevado, o uso de meias de compressão pode ser recomendado com orientação médica. Controlar fatores de risco, como a obesidade, o tabagismo e o uso de anticoncepcionais hormonais, também é essencial”.