Desentendimento com o conselheiro do TCDF começou quando um autônomo foi a evento pró-Rollemberg para fazer críticas ao governador
Uma discussão entre o trabalhador autônomo Guilherme Paraíso, 32 anos, e o conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) Márcio Michel, mais conhecido como Dr. Michel, terminou com um tapa no celular do homem após provocações mútuas. O episódio ocorreu na tarde de sexta-feira (14/9), durante ato em prol do governador e candidato à reeleição Rodrigo Rollemberg (PSB), na quadra 203 Sul. O evento era de agradecimento por nomeações realizadas para as polícias Civil e Militar.
Segundo Guilherme, ele estava a caminho de um bar quando viu a movimentação. Como o autônomo teve a casa derrubada durante ação da Agência de Fiscalização do DF (Agefis), ele quis cobrar pessoalmente de Rollemberg satisfações sobre a demolição.
“Eu tinha essa casa no Parque das Copaíbas [no Lago Sul] há muitos anos. Tenho, inclusive, documentos da Terracap mostrando que, lá, é terreno particular. Eu disse que ia reclamar com ele e o Dr. Michel ficou dizendo para eu não fazer isso. Quando eu me recusei, ele começou a me xingar”, diz.
No momento em que o autônomo começa a gravar o vídeo, o conselheiro da Corte de Contas diz: “Você é um cara gente boa, estou gostando de ver você aqui”. Mas Dr. Michel perde a paciência e dá um tapa no celular de Guilherme quando ele interrompe e chama o ex-distrital de “falso”.
O homem registrou ocorrência por agressão na 1ª DP (Asa Sul). Segundo ele, após a confusão com o conselheiro, cerca de 15 pessoas que acompanhavam o ato começaram a agredi-lo. Guilherme tem 1,96m e pesa 140 quilos.
Segundo ele, o grupo agiu com covardia, por estar em maior número. “Eu corri para o comércio da rua, liguei para o 190 e pedi para um amigo me buscar. Na saída, tinha gente esperando para me bater.”
Duas testemunhas que estavam com o autônomo confirmam a versão dele. Guilherme também apontou os funcionários do comércio onde se refugiou para deporem em seu favor.
“Agi como homem”
Ao Metrópoles, Dr. Michel disse ter apenas empurrado Guilherme após ter sido ofendido. Ele nega ter visto qualquer agressão posterior, pois teria saído logo após o episódio. “Veja se eu sou homem de dar tapa em alguém. Eu estava com meu segurança na hora e ele sequer reagiu. Então, essa acusação de que eu o agredi é mentira. Eu dei um empurrão porque ele estava dizendo que eu era corrupto, ladrão e mamava nas tetas do governo. Eu não agi como político ou conselheiro, agi como homem”, conta.
Michel conta que estava no local para acompanhar o filho, recém-nomeado para a Polícia Militar. “Eu sou um senhor de 54 anos, como é que eu iria agredir um cara de um metro e noventa e tantos e quase 150 quilos? Só se eu fosse idiota”, dispara.
O conselheiro afirmou que irá registrar ocorrência de calúnia e difamação contra Guilherme. “Ele me chamou de corrupto, agora vai ter que provar”, desafia.
Procurado pelo Metrópoles, o Tribunal de Contas do DF informou que não foi notificado oficialmente e, por isso, não se manifestará.
Fonte: Metrópoles