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    67% das vítimas de acidentes de motos aprenderam a pilotar sozinhos

    A pesquisa do Hospital das Clínicas de SP revelou também que 23% dos acidentados entre fevereiro e maio deste ano não tinham habilitação.

    Uma pesquisa inédita com motociclistas mostrou que a maior parte dos acidentes acontece quando são boas as condições do trânsito, da pista e até do tempo.

    Minutos antes de entrar para a cirurgia, Jones se lembrou do acidente de moto. Ele voltava do trabalho quando um carro apareceu de repente. “Eu bati quase de frente assim com o capô, ai eu voei por cima do capo, a moto voou para lá e eu para o outro lado”, conta Jones Fortaleza, auxiliar de produção.

    Ele teve fratura exposta, deve ficar pelo menos cinco meses sem trabalhar, e promete aproveitar o tempo para, finalmente, tirar a carteira de habilitação.

    “Enquanto eu não tiver com ela na mão, não vou mais sair de casa não”, afirma Jones.

    De fevereiro a maio deste ano, o Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas de São Paulo estudou os casos de 326 vítimas de acidentes de motos. Descobriu que 23% dos motociclistas não tinham habilitação, e que 67% aprenderam a pilotar sem frequentar uma motoescola.

    “Fiscalização é importante, para que o indivíduo se sinta fiscalizado e vá atrás da sua habilitação, e ele perceba que quando ele faz um curso de habilitação, aquilo vai acrescentar a melhora de qualidade de ele dirigir a moto, a questão da segurança”, declara Júlia Maria D’Andréa Greve, professora da Faculdade de Medicina e coodenadora da pesquisa.

    A pesquisa investigou também em que situações os acidentes acontecem e descobriu que 60% deles são longe dos cruzamentos; 70% em pistas retas; 75% no plano; e 94% com asfalto seco. É exatamente essa situação que nós estamos vendo aqui, que não parece muito perigosa. E mesmo assim os acidentes acontecem. E 88 % deles são provocados por imprudência.

    Outro fator de risco é a inexperiência. Apenas 23% dos acidentados eram motoboys; 77% eram motociclistas que usam o veículo para trabalhar; 33% têm habilitação há menos de quatro anos; 45% compraram a moto nos últimos dois anos, frequentemente, para escapar os congestionamentos.

    “Migrei há dois meses”, diz Tiago Campos, professor.

    “Está muito trânsito, o combustível é caro, demora muito, os lugares são longe”, declara Leonardo Roth, cozinheiro.

    Para o Hospital das Clínicas, o aumento do número de acidentes de motos está ligado ao crescimento da frota, e é preciso tomar providências para salvar vidas.

    “Tem que ser um programa voltado para os condutores. Em primeiro lugar os condutores de motocicletas, e em segundo lugar os demais condutores, para que a gente tenha uma redução”, diz Júlia Maria.

     

     

    Fonte: G1

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