Veja nota publicada pela revista EXAME em fevereiro de 2017 sobre Alexandre de Moraes, que agora virou caçador de jornalistas de direita.
O ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes, indicado pelo presidente Michel Temer (PMDB) para ser ministro do Supremo Tribunal Federal, mentiu em seu Currículo Lattes. Lá afirmou ter cursado pós-doutorado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo, ao mesmo tempo em que fez doutorado.
Também pesa contra Moraes uma acusação de plágio, embora esta seja um pouco mais branda: trata-se de copiar trechos de um livro sem dar a citação específica, apesar de ter colocado o livro copiado na bibliografia de seu trabalho. O problema do doutorado e pós-doutorado, no entanto, é inegável. Impossível cursar ambos ao mesmo tempo. A mentira é clara. Por que ela aconteceu? Em poucas palavras, foi porque Moraes ficou ansioso demais para converter capital acadêmico em capital político, e assim ter mais credenciais para ser secretário de Justiça de São Paulo.
Antes de mais nada, justiça seja feita: Moraes está longe de ser o primeiro político a mentir sobre sua qualificação acadêmica. O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), dizia ser doutor em Engenharia Civil pela Universidade de Pretória, na África do Sul. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmava ser mestra e doutora em Economia pela Unicamp. A ministra Carmen Lúcia, do STF, dizia ter doutorado em Direito pela USP. Todos mentiram.