Pasta mais sensível do GDF, a Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF) pode ser também o calcanhar de Aquiles do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). A nomeação do secretário de saúde, João Batista de Sousa e da secretária-adjunta, Crhistiane Pinheiro Teixeira de Aguiar, pode não resolver o problema da Saúde e gerar um conflito interno dentro da SES-DF.
O nome de João Batista dentro da SES-DF é considerado por muitos médicos da SES-DF como uma escolha equivocada. O argumento quase unânime entre os profissionais, o secretário veio de uma extensa carreira no Hospital Universitário de Brasília (HUB), não tem experiência para conduzir a Secretaria.
Por outro lado, ao que tudo indica, uma crise interna dentro da SES-DF não é descartada pois Crhistiane parece estar descontente com João Batista. Uma fonte que não quis se identificar revelou ao Política Distrital que a secretária-adjunta, na tarde da ontem (8/Dez), durante um encontro com o presidente do PSB, Marcos Dantas, se queixou da falta de experiência do atual secretário de saúde.
Mas a experiência de Crhistiane também é questionada. Um médico há 18 anos na SES-DF, que também não quis se identificar menciona: “Ela (Crhistiane) [sic] é médica formada na Bolívia, está na Secretaria há uns dois anos, trabalha na Clínica de Hemodiálise do Rafael Barbosa de quem é amiga pessoal e por isso está no cargo. Entrou como Chefe da UPA Recanto, depois evoluiu para Chefia das UPAS e como tampão foi colocada como Adjunta do Secretário. Tudo por amizade do Rafael Barbosa.”, declara o médico.
Ascensão por competência?
A Crhistiane foi coordenadora das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), na gestão do ex-governador Agnelo Queiroz (PT) e do ex-secretário de Saúde, Rafael Barbosa (PT).
O possível questionamento de Crhistiane sobre a competência de João Batista torna-se contraditório, se considerado o pouco tempo que tem nas rotinas da SES-DF, e ainda as constantes denúncias por parte de pacientes junto a mídia, por falta de médicos nas UPAs coordenadas pela atual secretária-adjunta. A UPA Bandeirante, por exemplo, em intervalo de uma semana houve dois casos de polícia, em que se chegou a cogitar a possibilidade de intervenção do Conselho Regional de Medicina (Coren-DF). Isso porque sem atendimento os pacientes agrediram outros profissionais da UPA, por não conseguir atendimento.
Recentemente em uma entrevista ao jornal Bom Dia DF, da Rede Globo (28/Dez), sobre a limpeza dos hospitais do DF, Crhistiane fez uma menção que lembra a de Miziara, ao jogar o problema da saúde do DF para os pacientes do entorno (19/Ago/14). Naquela ocasião Miziara declarou: “Essa migração da população em busca de pediatras traduz tanto uma falta que nós infelizmente temos, como um mau hábito da população de procurar hospital apenas à noite. É certo que as pessoas trabalham, têm suas necessidades, mas organizar um sistema como esse atendendo às necessidades de cada pessoa torna-se uma tarefa hercúlea, de grande dificuldade”.
Crhistiane por sua vez não ficou tão atrás ao mencionar: “É importante deixar claro também que nossa escala ela foi reduzida devido às festas as ferias e Brasília está vazia. Acontece que infelizmente que Goiás não dá absolutamente atendimento nenhum aos seus pacientes e os pacientes recorrem à Brasília. E é impressionante em todas as reportagens que vocês fizeram no sábado e domingo eram com pessoas do entorno. Ora essas pessoas ao invés de reclamar que demoram para ser atendidos, mas são atendidas em Brasília, deveriam ter reclamado do governo do estado de Goiás que não dão nenhuma assistência a essas pessoas lá e elas são obrigadas a correr para Brasília.”, afirmou ao justificar a falta de materiais no Hospital Regional da Ceilândia (HRC).
O discurso de Crhistiane, não se difere muito da menção de Miziara. Talvez não tenha repercutido negativamente junto à opinião pública, pois embora tenha passado no jornal Bom Dia DF, hora que muitos estão a caminho do trabalho ou dormindo, por não ser represado depois, não repercutiu.
No entanto Crhistiane se esqueceu naquela ocasião de apenas um detalhe, ao afirmar que Brasília estava vazia. Com a incapacidade administrativa de Queiroz, a cidade cheia de Servidores da Saúde, da Educação, e profissionais terceirizados, estavam todos nas cidades. Talvez tentando descobrir se teriam um peru para assar na passagem do ano, uma que, talvez nem frango a passarinho pode não ter ido à mesa para a ceia de Natal.
Por enquanto o foco da população e da mídia tem sido direcionado à falta de recursos devido ao rombo aos cofres públicos deixados por Agnelo os pagamentos dos servidores, mas resolvidos esses problemas, se à frente da SES-DF, não houver um braço forte, focado em resolver os diversos problemas da Secretaria, Rollemberg, pode passar sufoco, uma vez que os gestores da SES-DF, não trabalham em equipe.
Fonte: Blog Política Distrital