Durante operação da Polícia Civil nesta sexta (21/12), também foram presas quatro pessoas. Entre elas, servidores e ex-servidores do governo
O administrador regional de Santa Maria, Hugo Gutemberg, 34 anos, foi um dos alvos da Operação Alto Comando, deflagrada nesta sexta-feira (21/12) pela Polícia Civil do DF em conjunto com o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). A corporação investiga irregularidades na venda de lotes de programas habitacionais do GDF e do Pró-DF, com envolvimento de servidores públicos. Contra ele, foram cumpridos mandados de busca e apreensão.
Quatro pessoas foram presas: Rogério Figueiredo da Silva, que faz parte do quadro da administração, dois corretores de imóveis e Adelson Rocha (veja vídeo abaixo), que, de acordo com a PCDF, apesar de não ser funcionário público, “exercia o poder de fato na administração regional”. As diligências apontaram que ele indicava servidores para serem nomeados e dava ordens ao administrador.
Dois ex-servidores da Companhia Habitacional do Distrito Federal (Codhab) – Oséias Ribeiro de Souza e Rutielle Matos de Paula – também foram alvo de buscas. O nome da operação se refere ao fato de os investigados se autointitularem integrantes do Alto Comando da região de Santa Maria.
Vídeo mostra Adelson Rocha citando o Alto Comando:
De acordo com as investigações, em conluio com associações e cooperativas cadastradas nos programas habitacionais, o grupo ignorava a lista de beneficiados da Codhab e vendia os lotes públicos para outras pessoas por até R$ 70 mil. Estima-se que cerca de 200 terrenos tenham sido entregues nesta condição.
O esquema envolvia ainda áreas destinadas ao Pró-DF, para as empresas se instalarem com incentivos e isenção de impostos. Nesse caso, os lotes eram repassados a terceiros por até R$ 3 milhões, informou a PCDF.
As diligências da Divisão de Repressão à Corrupção e aos Crimes contra a Administração Pública (Dicap) da PCDF indicam a existência do grupo criminoso na QR 119 de Santa Maria. Há indícios da ocorrência de crimes como estelionato majorado, associação criminosa, corrupção passiva e ativa.
O outro lado
A administração regional foi procurada, mas até a publicação desta reportagem não se manifestou. O Metrópoles também acionou o GDF a fim de saber como vai ficar a situação de Hugo Gutemberg e do funcionário da administração regional – o portal aguarda resposta. Os advogados dos demais citados não foram localizados.
Fonte: Metrópoles