José Roberto Arruda governava o Distrito Federal com os amigos PO, Domingos Lamoglia, Alberto Fraga, Paulo Roxo, Fábio Simão e José Humberto. Tudo parecia estar muito bem no ano de 2009. Mas no submundo da política, muitas surpresas nada agradáveis aguardavam o então ‘poderoso’ governo arrudista.
Entre uma pequena crise e outra na Câmara Legislativa do DF, o então deputado Cabo Patrício (PT) solicitou em 09 de junho de 2009, a instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar denúncias de irregularidades nos contratos de prestação de serviço celebrados entre a Universidade de Brasília e a Fundação de Estudos e Pesquisas em Administração e Desenvolvimento (FEPAD).
No pedido feito por Patrício, a justificativa: “Coincidência ou não, logo que constada a possibilidade de irregularidades na UNB e com a ação dos órgãos Federais e Distritais, no mesmo dia houve a extinção de uma das fundações de apoio a esta entidade, à Fundação de Estudos e Pesquisas em Administração e Desenvolvimento (FEPAD) criada para apoiar as Universidades Federais com objetivo de prestar serviços técnicos e científicos, promover a divulgação de trabalhos científicos e apoiar atividades culturais, estava envolvida em suposto desvio de dinheiro público.
O que era apenas uma auditoria na Universidade de Brasília, se tornou um escândalo, uma cascata de descobertas de atos supostamente ilegais, de acordo com averiguações feitas pela Controlaria-Geral da União nas contas da FEPAD, os técnicos verificaram vários procedimentos “estranhos” bancados pelo Governo do Distrito Federal na gestão do atual governador (Arruda),
Uma das principais descobertas envolve um montante de R$19,8 milhões. Na auditoria da FEPAD foram encontradas 15 tipos de irregularidades como: ausência de licitação, supostas realizações de serviços antes mesmo das subcontratações, falta de capacidade técnica para realizar serviços, uma série de serviços pagos e não executados, serviços executados em tese sem existência de contrato.
Apenas com as primeiras averiguações feitas pela CGU já foi possível verificar que os cofres públicos do Distrito Federal tiveram um prejuízo de R$ 7,1 milhões segundo estimativas.
O Poder Legislativo tem a obrigação legal e moral de investigar estas denúncias, de forma eficiente para estancar, mais uma vez, as condutas lesivas aos cidadãos do Distrito Federal.”
Interessante foi a cronologia….
10.06.09 – publicação do Requerimento 1.629/2009 (8 assinaturas)
12.06.09 – Indicação dos membros
12.06.09 – Publicação do Ato do Presidente 356/2009 – Criação da CPI
08.09.09 – Publicação DCLDF – Composição Ato do Presidente 569/2009
10.09.09 – Eleição no Plenário do Presidente, Vice-Presidente e Relator
14.09.09 – Primeira Reunião às 9h – Sala das Comissões
16.09.09 – Publicação DCLDF – Retirada dos nomes
17.09.09 – Pubicação DCLDF – Retirada de mais nomes
Alguns deputados distritais que assinaram o requerimento para a instauração da CPI da Inclusão Digital: Érika Kokay, Chico Leite, Cabo Patrício, Paulo Tadeu, Brunelli, Reguffe, Rogério Ulysses e Batista das Cooperativas.
A CPI deu em nada, mas alguns de seus signatários viveriam no dia 27 de novembro de 2009, o início do inferno astral chamado Caixa de Pandora, e outros seriam promovidos pelos eleitores… Detalhe: o presidente da CLDF em 2009 era Leonardo Prudente, aquele que guardava dinheiro de propina nas meias…
Da redação