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ARRUDA MANDA E DEPUTADOS SEPULTAM A CPI DA SAÚDE. ENQUANTO ISSO, A REVISTA CARTA CAPITAL DENUNCIA NOVO ESCÂNDALO ENVOLVENDO ESQUEMA

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Único governador do DEMOCRATAS (DEM) eleito em 2006 por uma pequena diferença de votos no primeiro turno, José Roberto Arruda tem se mostrado um excelente marketeiro em seus quase três anos de mandato à frente do GDF. Porém, marketing não é tudo em política, e nesta, e principalmente na administração pública, toda ação requer atenção e honestidade. A revista Carta Capital, em sua edição de número 564 de 23 de setembro de 2009, na página 28, trouxe uma reportagem assinada pelo competente jornalista Leandro Fortes, que conta uma história incrivelmente audaciosa, criminosa e “articulada” envolvendo o governador do DF, Arruda, e seu secretário de Saúde, o “paladino” da moralidade pública, Auguto Carvalho. Na última semana, Arruda ordenou que sua base aliada na Câmara Legislativa do DF, desse fim à CPI da Saúde (o mesmo pedido foi feito -e atendido – quanto à CPI Digital). Mas por quê? Vamos aos novos fatos que o governo do DF não quer que sejam investigados. Segundo a revista Carta Capital, são os seguintes:

– Em 16 de junho de 2009, o governador Arruda e o secretário de Saúde do DF, Augusto Carvalho, se encontraram no Almoxarifado Central da Secretaria para participar de mais um ato público ( e lance de marketing): a entrega de 30 kits de equipamentos, no valor de 3 milhões de reais, para desafogar a precária rede de unidades de terapia intensiva (UTIs) do sistema de saúde local. Mas o evento era uma farsa, segundo investigação feita pelo Ministério Público. A compra não só era falsa como a transação escondia parte de um esquema voltado para a privatização da saúde no DF.
– Dois dias depois, ao mesmo Almoxarifado se dirigiu um grupo liderado pelo promotor Jairo Bisol, do Ministério Público do Distrito Federal, titular da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus). Acompanhado de um perito e dois analistas, todos médicos, Bisol descobriu que os equipamentos eram, além de usados, tecnologicamente obsoletos. E mais: a maioria não tinha nota fiscal nem qualquer documento a lhe atestar a origem.
– O destinatário da mercadoria não era o secretário de Saúde, e sim, Gustavo Teixeira de Aquino e Marisete Anes de Carvalho. No endereço indicado nas caixas, um escritório localizado no Setor Sudoeste de Brasília, o Ministério Público localizou a empresária, dona de uma empresa de reformas de condomínios e de comércio de equipamentos hospitalares. Marisete é um dos elos a unir os negócios da Saúde no Distrito Federal a um esquema de contratos irregulares descoberto pelo MPdo DF, com potencial de se transformar numa ação de improbidade administrativa contra diversas autoridades do DF.
-Quem é Gustavo? o mistério em torno de Gustavo Teixeira de Aquino está resolvido, segundo o MP. Ele é irmão de Rodrigo Teixeira de Aquino, dono da Intensicare Gestão em Saúde Ltda., representante de produtos hospitalares. E sócio do empresário Davi Correia, amigo do secretário-adjunto da secretária de Saúde do DF, Fernando Antunes (presidente do PPS-DF) em um Centro de Medicina localizado em Goiânia. Em 2 de julho, quinze dias depois de Arruda e Carvalho anunciarem a compra fajuta dos kits de saúde, a empresa de Rodrigo Aquino foi agraciada com um contrato de 33,3 milhões de reais para administrar 70 leitos de UTI do Hospital Regonal de Santa Maria.
– Na origem das transações está a decisão de Arruda em contratar, sem licitação, a Real Sociedade Espanhola de Beneficência, da Bahia, para gerir o Hospital Regional de Santa Maria, inaugurado há um ano e meio, ao custo de 130 milhões de reais. Trata-se de um contrato de 222 milhões de reais, sob suspeita de servir ao caixa dois eleitoral.
E deputados distritais ignoram estas novas denúncias e enterram investigações envolvendo Arruda e Augusto. Agora se sabe por que a Saúde Pública não está dando certo neste governo do DEM: Contratos milionários aos amigos e muita gente doente nas filas à espera de exames e medicamentos. O tempo passa e a novela continua. Mas ainda há tempo para a sociedade entender e descobrir por que alguns políticos envolvidos em denúncias não gostam de CPIs. Principalmente no governo de Arruda – que, quando era secretário de Obras do GDF, fez de tudo para impedir a criação da CPI do Metrô do DF na Câmara dos Deputados (ao ponto de ir à casa do então deputado federal Benedito Domingos e solicitado “pelo amor de Deus” que ajudasse a retirar as assinaturas para criação da CPI – o que foi feito -.). Talvez pelo medo de se explicar, entre outras coisas, porque mudou o curso da linha do metrô de um shopping para outro. Mas aí é outra história…

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