Prêmio presta homenagem a seis jornalistas que têm se destacado como indignados contra as injustiças, corajosos para enfrentar as barras e semeadores de esperança
Cinco jovens do jornalismo profissional e um veterano repórter consagrado recebem no dia 6 de junho (terça), às 19 horas, o Troféu Audálio Dantas – Indignação, Coragem, Esperança no Auditório Prestes Maia / Plenarinho da Câmara Municipal de São Paulo.
Esta 4ª Edição do prêmio homenageia Bruno Paes Manso, Gregório Duvivier, Juliana DalPiva, Leonardo Sakamoto, Rene Silva e Valmir Salaro.
O evento ainda celebrará o Dia do Jornalista (7 de abril) e o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa (7 de junho). O troféu é uma escultura de Roger Matua a partir de um desenho de Laerte.
O prêmio tem curadoria da Família Kunc Dantas, OBORÉ e conta com o apoio da Agência Sindical, Associação Brasileira de Imprensa, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos no Estado de São Paulo, Associação Paulista de Jornalistas Veteranos, Associação Profissão Jornalista, Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Canal da Praça, Centro Acadêmico Benevides Paixão / PUC-SP, Centro Acadêmico Lupe Cotrim / ECA-USP, Centro Acadêmico Vladimir Herzog / Cásper Líbero, Coletivo Amigos de Paúba, Coletivo Café Sem Pauta, Colibri & Associados Comunicações, Constructo, Escola Municipal de Ensino Fundamental Vladimir Herzog, Federação dos Professores do Estado de São Paulo, Gabinete Vereador Eliseu Gabriel, Instituto do Memorial de Artes Gráficas do Brasil, Instituto Elifas Andreato, Instituto Premier, Instituto Vladimir Herzog, Projeto Repórter do Futuro, Rede Nacional de Observatórios de Imprensa, Ricardo Viveiros & Associados e Sindicato dos Professores de SP.
Outras entidades interessadas em associar-se às homenagens poderão fazê-lo até 2 de Junho (sexta), pelo whats (11) 97360-1975.
HISTÓRIA
A primeira e única edição do prêmio jornalístico Indignação, Coragem, Esperança, criado por iniciativa da Agência Sindical, Barão de Itararé e OBORÉ, foi entregue ao próprio Audálio em 8 de julho de 2017, dia do seu aniversário de 88 anos.
Depois de seu falecimento, o Troféu foi rebatizado, ganhou novas adesões de entidades de jornalistas, defesa da democracia e se tornou um prêmio unitário com o propósito de lembrar a importância do Audálio em momentos cruciais da história recente do Brasil e iluminar a trajetória de jornalistas que lutam pela democracia e contra as injustiças.
Conhecido como o repórter que revelou Carolina Maria de Jesus e seu Quarto de Despejo: diário de uma favelada, Audálio esteve à frente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e organizou junto a defensores da democracia o ato ecumênico por Vlado, ocorrido na Catedral da Sé em 1975. Em 9 de Junho de 2008, o jornalista recebeu da Câmara Municipal de São Paulo, através do vereador Eliseu Gabriel (PSB), o título de Cidadão Paulistano.
A primeira homenageada com o Troféu Audálio Dantas – Indignação, Coragem, Esperança foi Patrícia Campos Mello, de forma virtual, em 2020, no meio dos piores momentos da pandemia. Mara Régia Di Perna, Luis Nassif e Jamil Chade, em 2021.
Julian Assange, Eliane Brum e os jornalistas do Consórcio de Veículos de Imprensa / cobertura da pandemia em 2022.
Serviço:
Quando: 6 de junho, terça-feira
Horário: 19 horas
Local: Auditório Prestes Maia – Plenarinho da Câmara Municipal de São Paulo, 1º andar
Contato para imprensa: Camilo Mota (37) 99911-4262
Conheça os homenageados da 4ª edição:
Rene Silva – Nascido no Morro do Adeus (28 anos), que pertence ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, é o Fundador, com apenas 11 anos de idade, do jornal Voz das Comunidades, veículo que hoje conta com 35 profissionais e noticia os fatos e histórias não contados pela grande mídia sobre a vida na periferia. É referência no Brasil e no exterior. A atuação de destaque nas comunidades locais fez de Rene Silva uma personalidade de projeção internacional. Rene foi palestrante em Harvard (2013), recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia, foi apontado como uma das cem pessoas negras mais influentes do mundo na lista da Forbes Under 30 (que faz o ranking dos influenciadores com menos de 30 anos), e hoje trabalha como captador de recursos para ONGs do setor para incentivar projetos jornalísticos nas escolas. Em 2012, tornou-se uma das personalidades brasileiras escolhidas para carregar a pira olímpica, nos jogos do Rio de Janeiro.
Juliana Dal Piva – Jornalista vítima de assédio de Frederick Wassef, advogada do ex-presidente da República e a autora do livro O Negócio do Jair: A história proibida do clã Bolsonaro. O trabalho investiga as origens do patrimônio e as histórias ocultas da família do ex-presidente. Juliana também apresentou o podcast A Vida Secreta de Jair, do UOL Investiga, série de reportagens sobre os temas do livro, com sua apuração. Nasceu em Santa Catarina (37 anos) e é jornalista com mestrado pelo CPDOC (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil), da Escola de Ciências Sociais da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas – São Paulo). Foi repórter do Portal Terra, da revista Istoé e dos jornais O Globo, Folha de S. Paulo e O Dia. Foi vencedora de prêmios como Líbero Badaró e Embratel, além de ter recebido menção honrosa do Prêmio Vladimir Herzog, por suas reportagens acerca de temas dos direitos humanos.
Valmir Salaro – Repórter paulistano (69 anos) marcado pela cobertura da Escola Base, de 1994, um dos maiores erros jornalísticos e de investigação policial. No documentário “Escola Base: um repórter enfrenta o passado” da Globoplay, de iniciativa própria, Salaro refaz o caminho da apuração, reconhece o erro jornalístico e se perdoa. O jornalista iniciou a carreira como laboratorista no jornal “Shopping News”, foi estagiário na “Gazeta Esportiva” e passou pelo “Diário do Grande ABC”, onde começou a cobertura de temas de segurança pública, que marcaria sua carreira daí em diante. Foi para a Agência Folha e para o jornal Folha de S. Paulo, onde publicou reportagem com a qual venceu pela primeira vez o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Desde 1992, trabalha na Rede Globo, onde é repórter especial do Fantástico, responsável por matérias investigativas sobre crimes de grande repercussão.
Gregório Duvivier – Nasceu no Rio de Janeiro (37 anos) e é apresentador do programa humorístico Greg News (HBO), produzido pelo coletivo Porta dos Fundos, do qual foi um dos fundadores em 2012 e que traduz temas considerados polêmicos sem censura. O semanal Greg News discute pautas de interesse público e em defesa da liberdade e da democracia através do humor e do rigor jornalístico. Duvivier é ator, escritor, poeta, comediante, roteirista, ativista, empresário e Youtuber. Iniciou a carreira artística na escola de teatro Tablado. Graduou-se em Letras pela PUC do Rio. Ainda aos 17 anos, passou a fazer parte, ao lado de colegas como Marcelo Adnet, Fernando Caruso e Rafael Queiroga. É autor dos livros “A partir de amanhã eu juro que a vida vai ser agora”, “Ligue os pontos – Poemas de amor e Big Bang” e “Put Some Farofa”. Como ator ou roteirista, teve participação em dezenas de programas de televisão, séries e longa metragens de grande sucesso.
Bruno Paes Manso – Como escritor, notabilizou-se pelo livro-reportagem “A guerra: a ascensão do PCC e o mundo do crime no Brasil”, que explora a fisionomia do crime no Brasil através de relatos de integrantes do grupo, feito em coautoria com Camila Nunes Dias. Em “A república das milícias: Dos esquadrões da morte à era Bolsonaro”, Paes Manso evidencia a proximidade do bolsonarismo ao sistema de milícias cariocas, que ocorre através do discurso de ódio e a fragilização do controle às armas e das instituições. É formado em economia, além de ser jornalista, mestre e doutor em ciência política. Atualmente, é um dos pesquisadores do NEV (Núcleo de Estudos da Violência) da USP. Como repórter, especializou-se na cobertura jornalística de temas ligados à segurança pública, no jornal O Estado de S. Paulo.
Leonardo Sakamoto – Natural de São Paulo (46 anos), fundou a ONG Repórter Brasil para investigar violações dos direitos humanos em 2001. As reportagens da organização levaram grandes empresas e governos a mudarem suas políticas a fim de combater a escravidão contemporânea. Sakamoto é jornalista e doutor em Ciência Política pela USP e foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York. É professor de Jornalismo na PUC-SP. Na ONU, foi conselheiro do fundo global contra a escravidão (2014-2020), em Genebra. Como repórter, cobriu conflitos em Timor Leste, Angola e Paquistão. Ganhador do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, do Prêmio Gabo de Jornalismo e do Freedom Awards, entre outros, escreveu livros como “Escravidão Contemporânea” (2020) e “O que aprendi sendo xingado na internet” (2016).