Jornalista José Ary Filgueira prestou depoimento à Polícia nesta sexta-feira (15/7) se defendendo sobre as acusações imputadas a ele pelo atual presidente da Codeplan, Jeansley Charlles Lima (foto). Por meio de uma fonte policial, o Blog teve acesso ao documento.
Jeansley fez uma ocorrência policial contra o seu ex-chefe da Assessoria de Comunicação (Ascom) em virtude de ter sido ameaçado por ele por mensagens de WhatsApp. Versão que Ary Filgueira rechaça.
Segundo contou em seu depoimento, Ary Filgueira disse que vinha sendo vítima de assédio moral cometido contra ele pelo presidente da Codeplan. A prática, segundo ele, é recorrente. Duas assessoras que trabalharam anteriormente a ele sofreram do mesmo tipo de crime.
Ainda de acordo com o relato do jornalista, Jean (como é conhecido na Codeplan) o chamou de “moleque” no dia em que comunicou a sua demissão. O fato ocorreu à porta fechada dentro do gabinete da Presidência. A reação ocorreu porque Ary Filgueira retrucou uma reclamação de Jean de que havia uma informação errada no texto e que o deixou “mal com o governador (Ibaneis Rocha)”.
Nesse momento, Ary Filgueira disse que só incluiu o dado no texto porque tinha sido a mando do próprio Jean e que tinha isso gravado. Nesse momento, Jean bateu na mesa e começou a gritar com Ary Filgueira o chamando de “moleque”.
Em seguida, Jean o compeliu a sair de sua sala, apontando a direção da porta para ele. No depoimento, Ary Filgueira explica que a gravação era feita para que ele se lembrasse dos apontamentos que o presidente lhe fazia quando a relação entre os dois ainda era boa.
Mas, temeroso, Jean interpretou aquilo como um gesto de intimidação. Não era para menos. A coluna apurou com fontes da Codeplan que Jean e seu corpo jurídico comandado pelo advogado Felipe são militantes defensores da adesão ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV). Chegam a fazer campanha escancarada entre os funcionários. A meta dele é fazer com que 60 servidores se inscrevam no PDV.
Nos intramuros da Codeplan, Jean confidenciava à interlocutores que sua missão ali era enxugar a quantidade de “empregados velhos e imprestáveis” da empresa. Ele se refere à gente com mais de 60 anos que ainda dá expediente naquela empresa pública. No seu entendimento, esse tipo de funcionário não agrega mais nada para a Codeplan.
Como a maioria dos funcionários é do quadro, o único jeito de tirá-los de lá é os atraindo para o PDV, que oferece um salário 60% da renda bruta que ganham durante cinco anos, mas FGTS. Mas o engodo tem sido recusado pela maioria, que prefere lidar com a desconfiança do presidente a deixar o quadro em definitivo.
O quê o governador está esperando para exonerar Jean?