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Comunidade acadêmica da UNB protesta contra professor assediador enquanto a SEE ignora denúncia contra o secretário-executivo assediador

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Virou moda passar pano para assediador sexual? Primeiro foi a  Comissão de Ética Pública da Presidência da República que simplesmente arquivou na 2ª feira (25) um processo contra o ex-ministro de Direitos Humanos Silvio Almeida, acusado de assédio e importunação sexual que levaram à sua demissão do governo em setembro. Incrivelmente o processo arquivado ainda é mantido em sigilo.

Já no Distrito Federal, as mulheres da comunidade acadêmica da Universidade de Brasília (UnB) reagiram à revelação feita na segunda-feira (4) pela Agência Pública sobre o caso do professor de biologia Jaime Martins de Santana, acusado de assédio sexual por duas professoras.

Enquanto isso, até agora nenhum deputado distrital ou a Secretaria de Educação nada disseram ou fizeram sobre a grave denúncia da educadora Ana Paulo Chianca, que apontou o secretário-executivo da SEE, Isaías Aparecido, como assediador (Clique Aqui).

A reportagem da Agência Pública descreveu que uma comissão de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) confirmou as denúncias e recomendou a demissão do servidor, na época diretor do Instituto de Ciências Biológicas (IB), mas a então reitora da UnB, Márcia Abrahão, optou por uma punição mais branda – suspensão de 15 dias apenas por suposta “falta de urbanidade”.

Na manhã desta sexta-feira (6), mais de 250 alunas e professoras fizeram uma Marcha contra o Assédio na UnB. “Estamos aqui para falar de mais um caso de assédio na UnB. Ele não é o único, não foi o primeiro e provavelmente não será o último. A gente tá aqui pra fazer barulho e chamar a Reitoria para assumir o compromisso por uma universidade segura para alunas, funcionárias e professoras”, discursou uma das manifestantes durante o protesto, que percorreu corredores da universidade e acabou dentro do prédio da Reitoria.

A estudante Cecília Bueno, do Ipê Rosa, um coletivo de mulheres do curso de biologia da UnB, disse que a comunidade quer “acabar com esse histórico da UnB de silenciar as alunas, as professoras e funcionárias da UnB porque todo mundo tem que ter um lugar seguro”.

“[A UnB] não é um espaço receptivo às denúncias em nenhuma instância, seja por medo de repressão, de retaliação de professores por todas as instâncias que envolvem esse contexto que é delicado e deve ser tratado com a devida seriedade“, disse Cecília.

“A comunidade agora está se movimentando, a gente realmente está realmente conseguindo alcançar outros estudantes, fazer manifestações, mas ainda muita coisa não é falada, muitas pessoas não chegam a denunciar nas formas administrativas que a UnB pede. Então fica sempre num ‘fala pra cá e fala pra lá’, A gente quer ação, a gente quer realmente ver a segurança ser colocada em prática. A gente não pode falar e ser ignorada”, disse a estudante do Ipê Rosa.

O protesto também teve a participação de alunos e professores homens. Jorge Freitas, da área cultural e de comunicação do Centro Acadêmico de Biologia, disse que “a comunidade inteira de biologia está se mobilizando porque não dá pra viver assim”. “É uma coisa que está presente no nosso cotidiano. O campus não é um ambiente seguro e esse tipo de manifestação tem que ser recorrente porque a Reitoria não toma as devidas providências.”

“O sentimento na comunidade é horrível, é uma coisa que vem acontecendo dentro da universidade há um tempo e não pára nunca. Dentro do nosso instituto, em 2016, houve a morte da nossa colega Louise Ribeiro. Essas coisas vão se repetindo e sendo abafadas dentro da comunidade o tempo inteiro. Só que agora foi um diretor do instituto que fez isso com as pessoas. Ele não foi exonerado do cargo, no final do processo disseram ‘falta de urbanidade’.”

Louise Ribeiro, 20, era estudante de biologia quando, em 2016, foi dopada e assassinada por um colega de curso que confessou o crime, Vinicius Neres, 19, condenado depois a 20 anos de reclusão. A estudante hoje dá nome a um jardim da UNB.

DENÚNCIA CONTRA ISAÍAS APARECIDO

Enquanto isso, até agora nenhum deputado distrital nem a Secretaria de Educação nada disseram ou fizeram sobre a grave denúncia da educadora Ana Paula Chianca, que apontou o secretário-executivo da SEE, Isaías Aparecido, como assediador durante entrevista exclusiva ao Podcast de Donny Silva (Clique Aqui).

Alvo de denúncias, Isaías Aparecido tem a proteção da secretária de Educação. Entretanto, diante da gravidade das novas acusações de assédio moral e sexual, o atual secretário-executivo da SEE deve deixar o cargo

Enquanto isso, cadê as deputadas distritais que sempre dizem defender as mulheres e que até agora nada fizeram para prestar solidariedade e amparo à educadora que sofreu assédio moral e sexual? Seriam os cargos que tem no GDF que as impedem de denunciar o poderoso secretário-executivo da Secretaria de Educação?

Já que  o legislativo local se omite de tamanho escândalo, é hora do Ministério Público entrar no circuito e exigir a exoneração de Isaías.

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