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    Conchavos e propina na Câmara Legislativa. Um dia longo na Câmara Legislativa

    Além da suspeita de pagamento de comissões a distritais, as conversas entre Celina Leão e Liliane Roriz revelam rede de intrigas. Em 2h08 de gravação, as rivais falam sobre cargos e funcionários fantasmas e criticam colegas e Rollemberg

    Por ISA STACCIARINI, HELENA MADER e FLÁVIA MAIA – Correio Braziliense –

     

    Traições, projetos para 2018, reeleição na Câmara Legislativa do Distrito Federal, indicações para cargos no governo. O cardápio de conversas entre as deputadas Celina Leão (PPS) e Liliane Roriz (PTB) é extenso e mostra meandros dos bastidores da política brasiliense. O Correio teve acesso a áudios inéditos de gravações realizadas por Liliane e entregues ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Durante um almoço realizado em dezembro de 2015, na casa da filha caçula de Roriz, as rivais tentaram uma conciliação e, entre garfadas de salada, fizeram revelações sobre como funcionam os poderes na capital federal. No bate-papo informal, criticaram duramente a gestão do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), falaram mal de colegas parlamentares e assessores, e discutiram abertamente sobre loteamento de cargos.

     

    Celina: E ele (Rollemberg)

    fica com essa historinha

    de reforma política desde

    o ano passado.

    Liliane: Ele é muito é esperto.

    Celina: Ele é muito é mala. Ele fala que tá na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), mas, para ele trocar quem ele quer, não tá não. LRF é só pra nós.

     

     

    Além das conversas a respeito de um suposto esquema de cobrança de propina com indícios de ser comandado pela Mesa Diretora, Celina e Liliane falam sobre o sonho de reeleição da atual presidente da Casa. As duas parlamentares conversam sobre a resistência de Liliane em votar a favor da emenda da reeleição — que era o principal projeto político de Celina. “Não tinha motivação nenhuma para você não votar em mim no primeiro turno”, afirma a presidente da Câmara. “Me dá dez razões para votar em você”, argumenta Liliane. “Se a gente for falar de projeto político e de afinidade, não teria mesmo. Eu nunca faria uma sacanagem com você na presidência da Casa. Sempre cumpri minha palavra. Eu não faço sacanagem”, assegura Celina. A chefe do Legislativo diz que não pediu o voto de Liliane porque não quis constranger a colega. “Todo mundo que conversou contigo falou que era fora de cogitação. O Agaciel (Maia) está na expectativa de poder, mas o jogo dele é do governador”, garante Celina.

     

    Celina: Não tinha motivação nenhuma para você não votar em mim no primeiro turno.

    Liliane: Me dá 10 razões para votar em você.

    Celina: Se a gente for falar de projeto político e de afinidade, não teria mesmo. Eu nunca faria uma sacanagem com você na Presidência da Casa. Sempre cumpri minha palavra. O Agaciel (Maia) está na expectativa de poder, mas o jogo dele é do governador.

     

    No bate-papo, o principal alvo da dupla é o governador Rodrigo Rollemberg. Em um dos trechos, Celina aproveita para elogiar Joaquim Roriz. Foi o ex-governador que a levou para a vida política. “As pessoas queriam estar ao lado do seu pai. Ter um projeto do lado do seu pai. Seu pai era um governador forte. Quem quer estar do lado de um governador que toda hora volta atrás (Rollemberg)? Que não tem palavra? Não cumpre nada”, critica Celina.

     

    A presidente da Câmara revela a Liliane uma conversa que teve com o governador. “Ele falou: ‘eu quero ter um projeto com você’. Aí eu disse: ‘governador, eu fui a pessoa que mais te ajudou na campanha. O senhor não tinha nem equipe’”, conta Celina. Ela diz, ainda, que andar na feira ao lado de Rollemberg “era vergonhoso”. “Quem andava com ele era o meu pessoal. Nesses lugares mais populares, em que ele não tem penetração nenhuma, era o meu povo andando com ele. Para ele não chegar sozinho, entregando panfleto. É até feio, né?”, acrescenta Celina. “O senhor sempre vai privilegiar aquele cara que briga com você, nunca vai privilegiar o leal”.

     

    Celina: A coisa não está

    fácil pra ninguém, não.

    Na Câmara, temos três

    ex-deputados que trabalham lá. O salário do Zé Edmar é de R$ 6 mil, Liliane.

    Não tá fácil assim não.

     

    Celina Leão menciona episódios em que outros distritais teriam enfrentado problemas de relacionamento com o chefe do Executivo. “Olha o que ele fez com o Raimundo (Ribeiro). Ele aproveitou a crise e tirou as pessoas dele sem falar com ele. Como ele dá uma supersecretaria para o Raimundo e umas administrações para nós? Fala sério”, critica a parlamentar do PPS. “Aquela fala do Juarezão, por mais que ela fosse grosseira no formato, era a mais verdadeira de todas”. Nesse trecho, a deputada faz menção a uma polêmica declaração do deputado Juarezão, em que ele defende a necessidade de o governador “dividir o bolo” de cargos.

     

    As duas parlamentares tratam ainda de um polêmico projeto de lei aprovado pela Câmara Legislativa, que assegura autonomia financeira à Defensoria Pública. O governador vetou a proposta. “Eu prefiro seu pai (Joaquim Roriz), perde 15 minutos de conversa e resolve. Ele (Rollemberg) fica aquele tempão e no outro dia faz uma cagada. Aquele veto da Leany (Lemos) é teimosia dele. Desde o começo do ano, a gente tinha feito um acordo”, comenta, sobre o projeto da Defensoria Pública. Celina lembra que o defensor público-geral, Ricardo Batista, estava em campanha de reeleição. “Ele ficou totalmente desmoralizado, ficou parecendo que ele estava mentindo”, comenta.

     

    Celina: Você conversou com ele (Rodrigo Rollemberg)

    este ano?

    Liliane: Não.

    Celina: Eu conversei e reafirmei tudo o que estou dizendo para você, que eu queria deixá-lo bem à vontade. Aí ele falou:

    “Eu quero ter um projeto com você”. Aí eu disse: “Governador, eu fui a pessoa que mais de te ajudou na campanha. O senhor não tinha nem equipe. Andar na feira era vergonhoso.

     

    A disputa de 2018, é claro, não ficou de fora da conversa. Celina conta que conversou com o ex-vice-governador Tadeu Filippelli, presidente regional do PMDB e um dos potenciais pré-candidatos para a próxima corrida eleitoral. “Eu falei: ‘Filippelli, o senhor tentou me derrotar, eu ganhei. No dia seguinte, os meninos que estavam com o senhor começaram a construir uma relação comigo. O senhor não tem relação comigo’. Sabe o que ele falou pra mim? Posso até deixar os meninos votarem com você, mas a gente já está fechado em um projeto político para 2018’”. No áudio, Celina revela a Liliane que seu projeto político é ser candidata a deputada federal. “Eu disse a ele: ‘o senhor está pensando no senhor, a gente está pensando na nossa sobrevivência na Câmara’”. “O constrangimento que ele fez os meninos passarem, por isso que eles saíram do PMDB. Ele não quis construir, é um cara que acha que vai construir um grupo político na tora”. Nesse trecho, Celina faz referência a Robério Negreiros, que deixou o PMDB depois de atritos com Filippelli.

     

    Celina: Olha o que ele (Rollemberg) fez com o Raimundo (Ribeiro). Ele aproveitou a crise e tirou as pessoas dele sem falar com ele. Como ele dá uma supersecretaria pro Raimundo e umas administrações para nós? Fala sério. O voto dele vale o mesmo que o meu, que o seu.

    Liliane: Ele deve ter medo de enfrentar os problemas.

    Celina: Ele tinha que ter enfrentado isso lá atrás. Ele não consegue hoje tirar, por exemplo, o espaço do Israel igual ele fez com o Raimundo. Ele já jogou o Raimundo na oposição. O Israel também. Ele não aceita. Você tem uma secretaria e ele te tira da secretaria. Pra que eu vou ficar, se eu não tenho espaço?

    Liliane: Tem horas que eu

    acho que ele não se

    preocupa com isso.

     

    A presidente da Câmara comenta o fato de ser apontada como potencial candidata ao GDF em 2018. “O povo fica falando que eu sou candidata ao governo. Não sou candidata a governadora. Só que o governador começa a me tratar como inimiga, entendeu? Ele tem medo, então o medo que ele tem me afasta ainda mais dele”, alega. Celina revela, ainda, que no fim do ano alertou o chefe do Executivo sobre a necessidade de reduzir o interstício para policiais militares. Ela destaca, ainda, que Rollemberg poderia enfrentar uma crise na corporação, caso não concedesse a diminuição. “Aí ele foi consultar aqueles coronéis puxa saco dele lá. Disseram que era informação errada, que não ia ter crise, e que eu estava louca e queria ser governadora. Depois ele (Rollemberg) me mandou uma mensagem de WhatsApp e quando foi vaiado eu disse que quem estava enganado era o bando de puxa-saco que fica do lado dele e só quer falar o que ele quer ouvir”, disse.

     

    Colaborou Camila Costa

     

    Um dia longo na Câmara Legislativa

     

    OTÁVIO AUGUSTO

     

    Desde cedo, a Câmara foi tomada por repórteres, fotógrafos e cinegrafistas em busca da posição dos distritais

     

     

    Um batalhão de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas se amontoou na Câmara Legislativa desde o início da manhã. A segurança estava reforçada na entrada do prédio, na Presidência da Casa (5º andar) e no Plenário. Em alguns espaços, a circulação estava restrita. Não era para menos. As gravações da deputada Liliane Roriz (PTB), que revelaram suposta cobrança de propina, envolvem um quarto da Câmara — seis deputados entre governistas e opositores. Parlamentares se dividiram entre cobrar investigações, defender-se de acusações e atacar adversários. O argumento mais usado são os três processos de quebra de decoro enfrentados por Liliane. Os integrantes da Mesa Diretora podem ser até cassados.

     

    Assessores de imprensa afinavam o discurso com os distritais durante as entrevistas. Muitos carregavam pastas, nas quais haviam documentos que exibiam aos jornalistas. O relógio marcava 6h quando os primeiros deputados chegaram à Câmara, segundo a vigilância do local. No início da manhã, a portas fechadas e muito tumulto, 24 dos 22 parlamentares participaram de uma reunião. Liliane Roriz e Robério Negreiros (PSDB) não compareceram à Casa. De acordo com fontes que participaram do encontro, os políticos discutiram saídas para estancar a crise na Câmara — comparada à Caixa de Pandora, em 2007.

     

    O líder do governo, Júlio César (PRB), recém-chegado de Chicago, nos Estados Unidos, disse que está tranquilo, desqualificou a denúncia de Liliane e cobrou providências na Câmara e no Ministério Público (MPDFT). Ele é mencionado como um dos beneficiários do esquema de cobrança de propina a hospitais em troca do pagamento de antigas dívidas com o Governo do Distrito Federal, referentes ao serviço de UTI. “Estou muito tranquilo. Devemos pedir investigação e punição dos envolvidos nesse crime”, resumiu. Cristiano Araújo (PSD), identificado como articulador do esquema, não fez declarações.

     

    Chico Vigilante (PT), opositor ferrenho da presidente da Câmara, Celina Leão (PPS), criticou duramente a colega. Para ele, Bispo Renato Andrade (PR), Júlio César (PRB), Raimundo Ribeiro (PPS) e Celina — citados na denúncia como beneficiários do esquema — devem renunciar aos cargos na Mesa Diretora “para que a investigação seja isenta”. “A primeira coisa que a Mesa tem que fazer é deixar os cargos. Brasília não merece e não suporta outro escândalo desse tamanho”, disparou.

     

    O terremoto político deve atingir níveis ainda maiores. No fim da noite, o Instituto de Fiscalização e Controle, ligado à ONG Adote um Distrital, pediu o imediato licenciamento de Celina do cargo de presidente da Câmara Legislativa. Segundo a entidade, o pedido não significa atribuir culpa precocemente, mas, sim, de preservação da apuração do caso. O texto ressalta que, se comprovadas as denúncias, a deputada cometeu crime contra a administração pública e atos de improbidade administrativa. A entidade é responsável pelo pedido de cassação do mandato do ex-deputado Raad Massouh (PPL), em 2013, por quebra de decoro parlamentar. Liliane também é alvo da ONG. Está em análise na Procuradoria da Câmara um processo semelhante contra ela.

     

    Investigação

     

    Rafael Prudente (PMDB), corregedor da Casa, defende a abertura de um processo investigatório, ressaltando que ainda é cedo para tirar conclusões. “A partir do recebimento da denúncia, vamos ao Ministério Público ouvir os envolvidos para fazer um parecer opinativa para a avaliação da Comissão de Ética, colegiado composto por cinco membros”, explicou. Apesar de a Procuradoria ser subordinada à Mesa Diretora — acusada de corrupção —, Prudente garante que não haverá interferência. “A Mesa é a principal interessada em elucidar todos esses fatos”, ponderou.

     

    O deputado Raimundo Ribeiro (PPS), um dos integrantes da Mesa Diretora e citado como beneficiário do pagamento de propina por hospitais com contratos de leitos de UTI com a Secretaria de Saúde, defendeu que todas as denúncias sejam apuradas. “Está muito recente para tirar conclusões ainda. A Câmara tem que buscar o Ministério Público, que deve averiguar”, exigiu. Ele e o Bispo Renato ressaltaram que não renunciariam aos cargos.

     

    Para saber mais

     

    Governo repudia denúncias

     

    Ninguém do Executivo local comentou a crise instalada com a revelação dos grampos. Ontem, porém, o governo divulgou a seguinte nota: “O Governo de Brasília repudia declarações públicas de que estaria envolvido, direta ou indiretamente, na gravação de fitas entre deputados distritais sobre destinações de recursos para a Saúde do Distrito Federal em 2015. O governo de Brasília reitera sua confiança no funcionamento das instituições públicas democráticas do Distrito Federal e confia nos órgãos competentes para apurar as denúncias”, destaca o texto.

     

    Novo rumo na CPI da Saúde

    Com o vazamento das gravações de Liliane Roriz, alguns parlamentares defendem ampliação das investigações na comissão criada para apurar denúncias na pasta. Citado nos áudios, ex-secretário da Câmara será convocado

     

    Por OTÁVIO AUGUSTO

     

    Fábio Gondim chegou a sugerir que sabia do esquema de propina

     

    O tumulto causado pelo vazamento de gravações feitas pela deputada Liliane Roriz (PTB), que apontam suposto pagamento de propina com R$ 30 milhões de sobras orçamentárias, mudou o rumo da CPI da Saúde. Integrantes da comissão sustentaram que o foco das investigações continuaria a ser o teor dos áudios divulgados, no início do mês, pela presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues. Parlamentares, porém, decidiram convocar para depor o ex-secretário geral da Câmara Legislativa Valério Neves, citado pela presidente da Casa, Celina Leão, nas conversas com Liliane. A troca de viés ficou explícita nas perguntas feitas na sessão de ontem, que teve o depoimento do ex-secretário de Saúde Fábio Gondim.

     

    No começo da manhã, a confusão era tamanha que os parlamentares sequer tinham confirmado a acareação — Gondim esperou pelo menos uma hora e meia para ser ouvido. Hoje, é a vez do ex-subsecretário de Administração Geral Marcello Nóbrega falar aos distritais. Na próxima quarta-feira, o ex-subsecretário de Logística e Infraestrutura Marcos Júnior comparecerá à Casa (leia quadro). Nas conversas gravadas por Marli, Marcello Nóbrega, hoje subsecretário de Logística e Infraestrutura da Secretaria de Saúde, é acusado de rasgar o documento de empenho para a compra dos marcapassos. Já Marcos Júnior passou a centralizar a crise ao detalhar o esquema das UTIs e citar Robério Negreiros (PSDB), Cristiano Araújo (PSD), o ex-diretor do Fundo de Saúde do DF Ricardo Cardoso e o Hospital Santa Marta. Ele comemorou a liberação do dinheiro. “Mesmo assim, com altos e baixos, eles conseguiram fechar esse pagamento”, diz nos áudios. Segundo ele, Ricardo e Cristiano teriam celebrado a liberação em um cabaré, em São Paulo.

     

    No fim da noite de ontem, a CPI da Saúde pediu a quebra do sigilo bancário de instituições hospitalares que têm contrato com o governo para a oferta de serviços de UTI. São alvos do pedido os hospitais Home, São Francisco, São Mateus, Santa Marta, Intensicare e Instituto de Cardiologia do DF. Os sócios das instituições também poderão ter o sigilo aberto. O Ministério Público de Contas (MPC/DF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) expediram ofícios conjuntos cobrando providências dos titulares da Casa Civil e da Secretaria de Planejamento (Seplag) sobre a denúncia de extorsão de que Marli teria sido vítima.

     

    Tumulto

    Até mesmo a composição da CPI foi questionada e virou motivo de debate. Na Câmara, alguns deputados pediam a substituição de integrantes envolvidos no suposto esquema denunciado por Liliane Roriz, enquanto outros defendiam a continuação da apuração. O primeiro embate foi entre Professor Israel (PV), que defende que a CPI não tem condições de continuar os trabalhos, e Lira (PHS), que manteve incólume a apuração das denúncias. Citados como possíveis beneficiários do esquema, os deputados Cristiano Araújo (PSD) e Bispo Renato (PR), que integram a CPI, não participaram da reunião de ontem.

     

    As articulações em torno da CPI começaram ainda na noite de quarta-feira. A presidente da Câmara, Celina Leão (PPS), ligou para o Wasny de Roure (PT). “A CPI está indo adiante e tem condições de fazer um belo trabalho. Agora, precisamos de respaldo da Casa. Até porque o governador Rodrigo Rollemberg tenta desacreditar, pois há elementos que chegam ao governo dele. Temos que ser cautelosos”, disse Wasny, momentos antes de inciar os trabalhos da comissão. Apesar de ser citado nas gravações, Bispo Renato garante que não sai da comissão. “Eu não vou pagar por um crime que eu não cometi. Alguém escutou que outro alguém falou. Isso aqui é coisa séria”, ponderou. Apesar de estar na Casa, ele não foi à sessão da CPI.

     

    Durante seu depoimento à comissão, Fábio Gondim reafirmou o discurso que manteve durante o tempo em que esteve à frente da Secretaria de Saúde. As falas ressaltaram, sobretudo, os êxitos de sua gestão. Ele afirmou ter ouvido conversas sobre o esquema das UTIs. “Em fevereiro, uma pessoa comentou que esse pagamento às UTIs beneficiava alguém. Mas não me lembro quem me disse isso”, declarou o ex-chefe da pasta. Questionado se teria sido feito pelo ex-subsecretário Marco Júnior, Gondim disse: “É possível”. “Alguém falou em fevereiro, mas não me lembro quem.” No fim da reunião, o ex-secretário voltou atrás e disse que tinha sido informado de “rumores”. “Irregularidades nesse setor a gente escuta todo dia”, completou.

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