A Câmara Legislativa do Distrito Federal ouviu nesta quinta-feira (03) o Major da Polícia Militar Flávio Silvestre de Alencar, no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito dos atos antidemocráticos. O militar era responsável por distribuir o efetivo policial no dia 8 de janeiro e foi preso durante a operação “Lesa Pátria” sob suspeita de ter facilitado a entrada de manifestantes nas sedes dos três poderes em Brasília.
Durante o depoimento, o major negou que tenha contribuído de alguma forma para a invasão e depredação dos prédios públicos pelos manifestantes. Silvestre informou à comissão que, durante a invasão, ficou incumbido apenas por empregar as forças policiais disponíveis, mas que não era responsável por coordenar a operação. “Eu não tive acesso aos planejamentos, não faço parte do planejamento. Estive ali, como chefe do 6º BPM, com função de executar”, afirmou.
Ele alegou ainda que foi informado verbalmente que estava escalado para atuar na operação policial apenas na noite da véspera do dia 8. A ordem teria partido de seu superior, o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues. O depoente disse também que não foi informado com antecedência sobre quantos policiais atuariam na operação.
Respondendo ao deputado Pastor Daniel de Castro (Progressistas), Silvestre afirmou que nunca tinha comandado uma operação militar em um evento como o do dia 8 de janeiro e que não se julgava qualificado para operar em eventos como aquele por conta de limitações de sua patente.
Pastor Daniel salientou que, “embora a PM responsável pela segurança na esplanada, a segurança individual dos prédios no quesito parte interna era de responsabilidade de outros órgãos vinculados ao Governo Federal e às Forças Armadas”, comentou.
O distrital criticou ainda o sigilo que teria sido imposto pelo Ministério da Justiça para as imagens do dia do evento. “Estão impedindo a busca da verdade real[…] liberaram golpistas e prenderam inocentes”, alegou. “Se a PM/DF tem responsabilidade porque não controlou os criminosos da Esplanada, o Governo Federal também tem, foi omisso ”, concluiu.
O deputado Joaquim Roriz Neto (PL) criticou a prisão do major. “ Estamos na presença de um oficial da PM que tinha o dever de agir em defesa do interessa público, e ele agiu, ele executou sua missão, […] mas como forma de não reconhecimento de seu trabalho, decretaram sua prisão”, afirmou o distrital. Roriz Neto também criticou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, alegado que ele estaria “escondendo as imagens” dos ataques.
De fato, quem deveria estar devidamente preso não está (como por exemplo, o ex-GSI do governo Lula e o afastamento do ministro da Justiça). E quem cumpriu a missão, está preso. É a inversão da verdade. Impressionante!