Home Distrito Federal Em quatro meses, casos de violência sexual superam dados de 2018

Em quatro meses, casos de violência sexual superam dados de 2018

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Crianças e adolescentes são vítimas em 73% dos casos

 

O ano mal começou e a rede pública de saúde do Distrito Federal já registrou praticamente o dobro de casos de violência sexual do que em todo o ano de 2018. No ano passado, fora 944 notificações, contra 1.882 já notificadas nos primeiros quatro meses de 2019. As crianças e adolescentes são as principais vítimas em 73% dos casos.

“Isso é uma grave ameaça à sua saúde física e psíquica, e ocasionam sérios danos à vida social. Os profissionais de saúde compõem a rede de proteção de crianças e adolescentes, além de atuar na prevenção e interrupção da violência”, explica a psicóloga e gerente de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde, Fernanda Falcomer.

Ela completa que os impactos podem ser medidos a partir da avaliação de alguns fatores, como a duração da violência, o grau de vínculo com o agressor, o uso de ameaça e agressão física. “Neste sentido, quanto mais cedo interromper a violência, acolher a vítima e seus familiares e encaminhar para o atendimento especializado, melhores as possibilidades de recuperação dos danos e ressignificação da experiência”, diz.

Toda a rede pública de saúde está apta a identificar, acolher, notificar e atender as pessoas em situação de violência sexual. Mas é nos Programas de Pesquisa, Assistência e Vigilância da Violência (PAV) onde este atendimento é mais específico.

“Nos PAVs, priorizamos o acolhimento e o atendimento dos casos de violência sexual. O foco são as crianças e os adolescentes e seus familiares. Temos duas equipes especializadas no atendimento dos autores de violência sexual adolescentes (PAV Jasmim) e adultos (PAV Alecrim)”, explica Falcomer.

O programa, no DF, é referência no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil. São utilizadas técnicas de Grupo Multifamiliar e de Grupo Terapêutico para intervenções em situações de violências. “Algumas delas foram desenvolvidas pelos próprios profissionais dos PAV baseadas em estudos e evidencias científicas de referência nacional e internacional”, complementa.

CAMPANHA – Para mobilizar sociedade e governo, todo 18 de maio são desenvolvidas diversas atividades no Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

As ações e atividades desenvolvidas neste período têm o intuito de mobilizar, sensibilizar, informar a todos os setores da sociedade sobre a importância de se assumir o compromisso cotidiano no enfrentamento da violência sexual praticada contra crianças e adolescentes.

Nesse sentido, articulado com o Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Contra Crianças e Adolescentes, a Secretaria de Saúde, por intermédio dos Núcleo de Prevenção e Assistência à Violência e dos PAVs, realizará diversas ações durante todo este mês de maio. Confira aqui a programação​.

HISTÓRICO – O dia 18 de maio foi escolhido porque, nesta data, em 1973, aconteceu um crime em Vitória (ES) que ficou conhecido como o “caso Araceli”. Este era o nome da menina que, à época com apenas 8 anos de idade, foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta daquela cidade. O crime está impune até hoje.

Porém, a data só foi definida como Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil em 1998, durante o 1º Encontro do Ecpat no Brasil. E aprovado como data oficial com projeto de lei sancionado em maio do ano 2000.

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