Mal começou o ano, já é possível notar o aumento de casos de crianças com bronquiolite viral aguda, doença que causa a inflamação das vias respiratórias e acomete os pulmões. Geralmente, o período de maior prevalência da bronquiolite é de março até julho, quando aumenta a circulação de vários vírus respiratórios e, consequentemente, a incidência de crianças doentes.
Não há vacina para prevenir a bronquiolite, mas é possível adotar alguns cuidados para reduzir o risco de contrair a doença | Foto: Tony Winston/Agência Saúde
A referência técnica distrital de emergências pediátricas Danielle Sampaio lembra que, desde o surgimento da covid-19, doenças do sistema respiratório têm sido registradas com mais frequência. “A bronquiolite é uma das doenças mais temidas, pois costuma ter maior incidência em bebês e crianças de até dois anos”, alerta.
“A maioria das crianças é infectada no primeiro ano de vida, e normalmente todas as crianças estarão expostas ao vírus até o final do segundo ano de idade”
Danielle Sampaio, referÊncia técnica distrital de emergências médicas
O vírus sincicial respiratório é o principal agente causador da bronquiolite. Danielle orienta que os pais evitem ficar com o bebê em ambientes fechados ou com má ventilação e que tenham o hábito de limpar o nariz da criança com soro de duas a três vezes por dia. Além disso, reforça, é importante higienizar as mãos com álcool gel ou lavar as mãos e evitar o contato do bebê com pessoas gripadas.
“Não existe tratamento específico nem vacina para prevenir a bronquiolite”, explica a pediatra. “O tratamento é de suporte, com antitérmico para controle de febre, lavagem nasal para ajudar na respiração e observação dos sinais de alerta para procurar o pronto-socorro caso seja necessário. A maioria das crianças é infectada no primeiro ano de vida, e normalmente todas as crianças estarão expostas ao vírus até o final do segundo ano de idade.”
Sintomas
A criança com bronquiolite apresenta coriza, febre e tosse como sintomas iniciais, semelhantes aos de uma gripe comum. Além disso, com a evolução e a consequente inflamação dos bronquíolos, pode haver desconforto respiratório.
A doença começa como um resfriado leve e atinge seu pico entre o terceiro e o quinto dia, melhorando após sete a dez dias. Os sinais de alerta são respiração ofegante, abdome “afundando” quando o bebê respira, febre que persiste por mais de 72 horas e dificuldade para mamar.
Demanda em hospitais
Com a sazonalidade da bronquiolite começando ainda em janeiro, a procura nos prontos-socorros de pediatria aumentou. De acordo com a diretora-geral do Hospital Materno Infantil de Brasília, Marina da Silveira, há bebês e crianças que estão chegando em estado grave e necessitando de uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“O que pode explicar essa gravidade dos casos é o que mostra os painéis virais: estas crianças estão chegando com mais de um tipo de vírus, não só com o vírus sincicial respiratório”, aponta a médica. “Isso torna a bronquiolite bem mais agressiva, principalmente nos bebês e recém-nascidos.”
Marina lembra que no ano passado houve registro de bronquiolite até mesmo em crianças maiores de dois anos, devido ao isolamento durante a pandemia de covid-19. Segundo ela, essas crianças ficaram muito tempo sem convívio com outras, e o sistema imunológico acabou não se desenvolvendo o suficiente.
*Com informações da Secretaria de Saúde
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