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Estrutura econômica do Brasil está indo para trás e não para frente, aponta especialista renomado no mundo

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Análise foi feita por Ha-Joon Chang, um dos principais economistas da área de desenvolvimento do mundo, durante painel no 8º Fórum de Desenvolvimento da Associação Brasileira de Desenvolvimento, em Brasília

“Parece que a estrutura econômica do Brasil está indo para trás e não para frente. O país precisa revisar sua capacidade manufatureira antes que chegue a um ponto que não tenha mais volta”. O alerta foi feito por Ha-Joon Chang, professor da SOAS University of London e considerado um dos principais economistas da área de desenvolvimento do mundo, durante o último dia do 8º Fórum de Desenvolvimento, realizado pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), que é realizado em Brasília.

 

Chang foi um dos convidados do painel “O futuro da economia brasileira: política econômica na rota do desenvolvimento sustentável e inclusivo”, nesta quinta-feira (31). De acordo com dados apresentados pelo professor, desde a década de 1980, todo o mundo passou por um decréscimo da industrialização, menos a China e alguns países asiáticos. “Na década de 1970, os produtos manufaturados brasileiros eram equivalentes aos da China, Índia, Coréia, Malásia e Tailândia, juntos. Hoje, somente a China produz quase 24 vezes mais que o Brasil”, exemplificou.

 

Para recuperar os altos índices de industrialização de antes, Chang recomenda o investimento em novos setores, como áreas ligadas a sustentabilidade, inteligência artificial e nanotecnologias, que precisam muito do setor manufatureiro para se desenvolver. Ele afirma que o Brasil já fez investimentos nesse sentido, em relação à energia eólica, por exemplo, mas que muito mais precisa ser feito.

 

“O Brasil não está investindo o suficiente em pesquisa e desenvolvimento. As IFDs (Instituições Financeiras de Desenvolvimento) brasileiros precisam aumentar esforços para apoiar setores com grande potencial tecnológico, principalmente, ligados a mudanças climáticas”, avalia.

 

Ele também aponta a necessidade de mudar a política econômica, reduzindo restrições e aumentando os investimentos. “O Brasil precisa aumentar a exportação de produtos manufaturados e de serviços. Para isso, é importante rever suas políticas de taxas de juros, uma das maiores do mundo”.

 

8º Fórum de Desenvolvimento

O 8º Fórum de Desenvolvimento, realizado pela Associação Brasileira de Desenvolvimento, nos dias 30 e 31 de agosto, em Brasília, destaca as principais ações de fortalecimento do Sistema Nacional de Fomento (SNF), que reúne 5,1 trilhões em ativos e representa 45% do mercado creditício brasileiro e 74% dos investimentos de longo prazo.

 

Principal assunto do fórum, o SNF atua em setores e segmentos prioritários para o desenvolvimento sustentável do país, como o financiamento à infraestrutura, à inovação, ao agronegócio, ao setor público e o apoio às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). É formado por suas 34 instituições de desenvolvimento associadas à ABDE (bancos públicos federais, bancos de desenvolvimento, agências de fomento, bancos comerciais estaduais, bancos cooperativos, além da Finep e do Sebrae).

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