Ex-assessor de Erica Kokay deve explicar à justiça agressões a deputada

Ao sair da faculdade de direito, onde estuda, na asa norte, Celina Leão foi perseguida e abordada de forma pouco peculiar por petista com histórico agressivo.

Um ex-assessor da deputada Erika Kokay (PT) usa método bastante peculiar e nada republicano para fazer jornalismo. Com uma câmera na mão, ele aborda autoridades políticas e judiciárias em porta de estabelecimentos comerciais e instituições de ensino e inicia um verdadeiro linchamento público. Seus alvos são geralmente de correntes contrárias ao Partido dos Trabalhadores. Quem passa e vê a cena acredita tratar-se de uma tentativa de entrevista, mas é só pegar o vídeo na página do agressor no Facebook, de nome muito apropriado –“Botando Pilha” – para ver que, nem de longe, a forma de ele trabalhar lembra um profissional de imprensa que, acima da notícia, busca ética.

A última a ser abordada pelo titular da timeline, Rodrigo “Pilha” Grassi Cademartori, foi a presidente afastada da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Celina Leão (PPS). Ela deixou a faculdade na Asa Norte, na manhã de sexta-feira (4/11), quando se deparou com Rodrigo. Quase aos berros, ele questionava a deputada sobre roubos. Segundo o Código Penal Brasileiro, roubo é a prática delituosa de se tomar algo de uma pessoa mediante grave ameaça, o que não se tem notícias até agora de que Celina tenha cometido. Mesmo assim, a parlamentar brasiliense manteve o tom sereno e disse ao seu inquisidor que responderia a todas as perguntas em seu pronunciamento na terça-feira (8) na CLDF.

A deputada avalia que Rodrigo Grassi deveria usar o canal, que serve de afronta a pessoas públicas, para explicar os desvios promovidos pelo sindicato dos bancários, entidade da qual a ex-chefe do blogueiro foi presidente. “Os crimes de peculato e lavagem de dinheiro, envolvendo a deputada para a qual esse rapaz trabalha, deveriam ser o motivo dos vídeos que ele apresenta nas redes sociais” desabafa a distrital.

Érika Kokay é denunciada por peculato e lavagem de dinheiro

Enquanto andava em direção ao seu carro, Celina era seguida pelo blogueiro. De forma truculenta, ele a ofende com perguntas que se tornaram clichê nos vídeos publicados pelo “jornalista” nas mídias sociais. Em uma delas, o blogueiro questiona a deputada se valeu a pena. “Não foge não, Celina. Você estava toda poderosa”, disse Rodrigo.

Por acreditar que foi assediada, a parlamentar afirma que registrará ocorrência nas áreas cível e criminal. “Sou mulher, fui ofendida por esse rapaz, como foram o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa, a blogueira Yoni Sánchez, entre tantos. Eles passaram 13 anos à frente do país e conseguiram destruir tudo o que foi feito ao longo de décadas. Esse tipo de afronta é conhecido e, por isso, vou registrar um boletim de ocorrência”.

Outras vítimas

Não é a primeira vez que Rodrigo age dessa forma agressiva e nada ética. Em 2014, quando ainda era lotado no gabinete de Erika Kokay, ele divulgou um vídeo em que hostilizava o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, na saída de um bar no Plano Piloto. Aos gritos de “tucano” e “projeto de ditador”, Rodrigo também acompanhou o ministro até o carro. Na ocasião, Barbosa havia sido fundamental para o julgamento do Mensalão, que mandou boa parte da cúpula petista para a prisão. Entre eles, o ex-ministro José Dirceu.

 

Fonte: Brasilia Blog

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