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Ex-ministro Geddel Vieira Lima é preso pela Polícia Federal

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08/09/2016. Crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Entrevista com Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo.

Ele é acusado de obstrução de Justiça, em um caso que apura irregularidade na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal

 

O ex-ministro Geddel Vieira Lima foi preso pela Polícia Federal na tarde desta segunda-feira (3/7), na Bahia, em mais um desdobramento da Operação Cui Bono. Ele é acusado de obstrução de Justiça, em um caso que apura irregularidade na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal. Além da prisão preventiva, a Justiça também autorizou a quebra de sigilo fiscal, postal, bancário e telemático do ex-ministro.
A decisão de prender Geddel preventivamente teve como base as delações premiadas do empresário Joesley Batista e do diretor jurídico da J&F, Francisco de Assis e Silva, além do depoimento do doleiro Lúcio Bolonha Funaro. De acordo com a Polícia Federal e com a Força-Tarefa Greenfield, o ex-ministro estaria atuando para impedir que Funaro e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha fechassem um acordo de delação com o Ministério Público Federal (MPF). Para isso, também segundo a denúncia, ele tem buscado assegurar que ambos estão recebendo vantagens indevidas em troca do silêncio.
Também foram usadas para embasar a decisão de prender Geddel algumas mensagens enviadas pelo ex-ministro à esposa de Funaro, com sondagens sobre a disposição do doleiro em fazer delação premiada. Nas mensagens, Geddel é identificado pelo codinome “carainho”.

Cui Bono

Deflagrada em 13 de janeiro, a Operação Cui Bono apura irregularidades na Vice-Presidência de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, durante o período em que ela era comandada por Geddel. As investigações, que tiveram origem em conversas registradas em um celular apreendido na casa de Eduardo Cunha, apontam que o ex-ministro e o ex-deputado atuavam para liberar recursos a algumas empresas que, após receberem a verba, pagavam propina aos dois e a outros integrantes do esquema.
Entre as empresas beneficiadas, estariam algumas companhias comandadas pela J&F. Além de Geddel, outras quatro pessoas já foram presas preventivamente pela Cui Bono: Cunha, Funaro, André Luiz de Souza e o também ex-presidente da Câmara e ex-ministro Henrique Eduardo Alves.

Apartamento da discórdia

Em novembro de 2016, um apartamento em uma área tombada de Salvador foi o responsável pela queda do ex-ministro Geddel Vieira Lima. O problema começou quando o ex-ministro comprou um  imóvel do empreendimento La Vue Ladeira, ma Barra, área nobre da capital baiana.
Avaliado em R$ 2,6 milhões, o prédio ganhou destaque nacional depois que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero atribuiu sua saída da pasta à pressão feita por Geddel para que intermediasse a liberação das obras pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural), órgão vinculado ao MinC.
A construção do empreendimento havia sido inicialmente autorizada pelo Iphan da Bahia, controlado por um aliado de Geddel. Mas o Iphan nacional, ao qual o órgão estadual está submetido, decidiu embargá-la por causa dos possíveis impactos em bens históricos da época da fundação da capital baiana (século 16) e localizados nos arredores do edifício, como a Igreja de Santo Antônio da Barra e o Forte de São Diogo.

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