TSE encerra disputa por comando do PHS. Eduardo Machado está fora! Aro e Benko assumem prometendo austeridade, transparência e democracia interna.
Agora é definitivo!
O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes deferiu o pedido de anotação do novo comando nacional do PHS. Numa reviravolta sensacional o partido chega às portas da janela de transferência partidária unificado. Acusado por inúmeros desmandos e denúncias de malversação de dinheiro público, contratos suspeitos, nepotismo, compras fraudulentas, improbidade administrativa e isolado pela perda de sustentação política, Eduardo Machado enfim foi afastado definitivamente da presidência nacional do Partido Humanista da Solidariedade (PHS).
Veja decisão abaixo:
O Tribunal Superior Eleitoral aprovou a decisão “interna corporis” do partido e confirmou a decisão da maioria do Diretório Nacional e do Conselho Gestor Nacional que elegeu o deputado federal Marcelo Aro, de Minas Gerais e o paulistano Laércio Benko Lopes para presidência nacional e Vice presidência, respectivamente, do PHS, dando fim a uma disputa que vinha se arrastando a mais de 08 meses. Marcelo Aro e Laércio Benko tiveram aprovação unânime do Conselho Gestor Nacional, órgão diretivo maior do sigla. A aliança inclui ainda a manutenção do secretário-geral nacional, Luiz França e do Tesoureiro Nacional Murilo Oliveira, à frente dos mesmos cargos por mais 6 anos.
A disputa no PHS, começou quando Eduardo Machado foi denunciado pelo Conselho Fiscal Nacional que identificou inúmeras contradições internas em suas prestações de contas. O caso foi encaminhado para o Conselho Fiscal Nacional. Eduardo foi afastado temporariamente para que fossem apuradas as primeiras denúncias. Insatisfeito com a decisão interna do partido, Eduardo foi a Justiça comum obter uma Liminar que o mantivesse provisoriamente à frente da legenda. O pedido foi negado em primeira instância, mas ao recorrer ao TJDFT, obteve do Desembargador Josapha Francisco dos Santos uma Liminar que o retornava ao comando do partido. Em seguida os membros do partido receberam mais 4 novos pedidos de afastamentos, baseados em denúncias diversas, que iam de casos de nepostismo cruzado, acúmulo indevido de salários, até compras irregulares efetuadas em empresas de família e laranjas.
Não satisfeito com o andamento das investigações internas, Eduardo organizou uma reunião em Goiânia e sozinho resolveu “trocar” todos os membros do Conselho Fiscal, do Conselho de Ética e do Conselho Gestor Nacional, além de expulsar dezenas de dirigentes nacionais e Estaduais que queriam apurar as denúncias de desvios do dinheiro público do fundo partidário. A manobra não deu certo e os membros do partido foram para a Justiça alegando que detinham a maioria esmagadora dos votos e que o desejo da maioria deveria prevalecer.
O Juiz da 22a Vara Civil de Brasília concedeu uma Tutela Antecipada garantindo a maioria dos membros do partido o seu retorno e a nulidade da solitária reunião de Goiânia que expulsou todo mundo. Eduardo retornou ao TJDFT e conseguiu uma segunda Liminar com o mesmo Desembargador Josapha Francisco dos Santos, cancelando a decisão do Juiz e voltando-o sozinho e isolado para o comando do partido. A disputa na Justiça cresceu na mesma proporção que a imprensa ia descobrindo novas suspeitas de ilicitudes na administração do PHS. Até a Polícia Federal e o Ministério Público Federal entraram no meio da confusão ao determinarem o início de investigacao sobre o crescimento patrimonial de Eduardo Machado que a poucos anos atrás sequer declarava imposto de renda (declarava como isento) e que atualmente posta em suas redes sociais uma vida de milionário, com inúmeras propriedades, imóveis, fazendas, carros de luxo e dezenas de viagens internacionais por ano.
No início do mês uma solução foi apresentada como opção para salvação nacional da legenda, a condução do deputado mineiro Marcelo Aro a presidência nacional da sigla. A iniciativa teve apoio quase que instantâneo dos dois grupos que disputavam o comando, Laércio Benko cedeu em nome da unidade e concordou em assumir a Primeira Vice Presidência, além de retornar ao comando Estadual do PHS de São Paulo, assim depois de meses o improvável aconteceu, o PHS se uniu.
Direção Nacional do PHS reunida na Sede do Partido em Brasília-DF no Ultimo dia 24.
__________________________________________________
Da direita para esquerda: Cristian Viana, Felipe Cortes, Luiz França, Murilo Oliveira, Dep. Marcelo Aro, Claudio Maciel e o Advogado Alexandre Bissoli na sala da OAB no TSE.
Repercussão:
O presidente Marcelo Aro comemorou a decisão com uma fala bastante emocionada: “Sempre acreditei na União. Sempre acreditei no Brasil”. Ainda em discurso, o novo presidente nacional Marcelo Aro demonstrou total preocupação com o futuro político da sigla. “Estamos em um período muito delicado, pois já se aproximam as eleições e nossos candidatos e filiados não podem ser prejudicados em razão desses fatores internos, por isso decidimos nos unir para salvar o PHS desse mal que certamente iria refletir diretamente nas urnas”, declara.
Para Laércio Benko a disputa foi dolorosa: “Quem acompanhou esse processo sabe muito bem o que o Partido queria. Temos uma maioria que não é pequena. É 90% do partido a favor das investigações e o Eduardo praticamente sozinho. Mesmo usando a máquina partidária e o talão de cheque do partido ele não conseguiu obter praticamente apoio nenhum, tanto que a estratégia dele foi querer expulsar todo mundo e nomear novos aliados. Trouxe gente de fora para o Partido para conseguir ter algum voto e quis resumir a Direção Nacional a três ou quatro parente dele de Goiânia, foi antes de tudo, ridículo, egoísta e bizarro”. Como primeira iniciativa o vice presidente nacional Laércio Benko diz que lutará uma auditoria interna para levantar o destino de cada centavo gasto por Eduardo Machado nos últimos meses. “Temos um grupo unido, coeso que pede apenas transparência e democracia. Vamos valorizar o trabalho de cada companheiro. O partido não é propriedade de ninguém e muito menos de uma pessoa só. Eduardo tentou um golpe achando que o Brasil era o mesmo, mas o tempo da impunidade está acabando.”. Disse Benko.
Fonte: Tribuna Brasiliense