Por Marcelo Gouveia
Em entrevista coletiva, Marconi falou, dentre outros assuntos, sobre a reeleição de Dilma Rousseff, a derrota de Iris, os desafios para a nova administração e suas aspirações políticas para 2018
Divulgação
Com 1,750 milhão de votos, o governador Marconi Perillo (PSDB) entrou na história ao se eleger pela quarta vez, aos 51 anos de idade, chefe do Executivo goiano. Na noite deste domingo (26/10), logo após apurado o resultado obtido nas urnas, o tucano, acompanhado de sua esposa, a primeira-dama Valéria Perillo, concedeu entrevista coletiva à imprensa no Salão Verde do Palácio das Esmeraldas. De lá, o tucano foi recebido pela militância peessedebista que o esperava em festa do lado de fora, na Praça Cívica.
Marconi não apenas entrou na história política brasileira como também obteve nas urnas a votação mais expressiva em relação às três vitórias anteriores, com 57,4% dos votos. Em 1998, quanto se elegeu governador pela primeira vez, o tucano angariou no segundo turno 53,28%. Quatro anos depois, se reelegeu com 51,9% e, nas últimas eleições, em 2010, saiu vitorioso com 52,9% da preferência. Conforme o próprio tucano, a ascensão é reflexo do excelente trabalho empreendido ao longo de seus mandatos, aliado à estratégia propositiva adotada em campanha.
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Durante entrevista coletiva neste domingo, Marconi fez questão de cumprimentar o candidato Iris Rezende, que, pela terceira vez, perdeu diretamente a disputa ao Palácio das Esmeraldas para o tucano. Questionado sobre a possibilidade do oponente se aposentar da vida política, o governador reeleito afirmou ter respeito pela trajetória do opositor. “Eu não vou nem questionar se ele deveria ou não sair como candidato. Eu tenho diferenças de estilo, de comportamento e de visão de mundo com o Iris, mas eu o respeito”, frisou.
Marconi, no entanto, não deixou de lamentar o “baixo nível” pelo qual o decano peemedebista teria pautado sua campanha política, a qual o tucano definiu como “agressiva, caluniosa e de muitas promessas”. Sobre isso, o governador reforçou ainda que evitou, a todo custo, a proposição de planos inexequíveis e ideias mirabolantes, como teriam feito seus opositores. Como exemplo, ele citou o possível retorno da gratificação por titularidade aos professores, tema que foi bastante recorrente durante esta campanha. “Fui provocado a falar em titularidade, mas tive a responsabilidade de não fazer esse tipo de promessa devido às limitações orçamentárias e por conta da Lei da Responsabilidade Fiscal”, lembrou.
O tucano foi questionado também acerca de suas aspirações políticas e sobre a possibilidade de vir a concorrer à Presidência da República em um futuro próximo. “Meu objetivo agora é ser um bom governador. Vou trabalhar dia e noite para ser um bom governador”, frisou, dando por fim a coletiva de imprensa.
Cenário nacional
Quanto à reeleição de Dilma Rousseff (PT), amparado na relação republicana que mantém com a petista, Marconi mostrou tranquilidade e frisou o respeito mútuo mantido entre ele e Dilma ao longo da campanha deste ano. “Eu sempre fui muito respeitoso com a Dilma e ela sempre foi muito respeitosa comigo. A maior demonstração desse respeito foi o fato dela não ter vindo aqui [Goiás] em nenhum dos dois turnos.”
Apesar do discurso amistoso, o governador não poupou críticas ao modo como o PT levou a disputa à presidência em 2014. “Dilma terá que juntar os cacos. Temos hoje um Brasil do Norte e Nordeste e outro do Sul e Sudeste. Essa divisão deve ser superada ou ela encontrará muitas dificuldades”, acrescentou.
Nova gestão
Durante entrevista coletiva, Marconi também respondeu a várias perguntas em relação à nova administração e aos desafios e estratégias para os próximos quatro anos. Sobre a organização da nova equipe administrativa, ele afirmou que ainda conversará com sua base e com especialistas de várias áreas a fim de estruturar o melhor corpo gestor para o Estado de Goiás.
Em linhas gerais, o tucano apontou qual será o foco administrativo de sua quarta gestão, ressaltando que o plano de governo proposto durante campanha será seguido à risca. “Vamos investir forte na Infraestrutura e Saúde, continuar com as políticas estruturantes na área da Segurança Pública, aprofundar as mudanças na Educação, trabalhar para que Goiás possa crescer mais que a média brasileira na Economia e fazer uma cruzada para que o governo federal assuma mais responsabilidade na Segurança Pública”, contabilizou, acrescentando, logo depois, a disposição do governo estadual em apresentar melhorias salariais aos professores da rede estadual pública de ensino.
O governador também comentou sobre a relação republicana que tem mantido, e pretende manter em seu quarto mandato, com os municípios goianos. Falando especificamente sobre Goiânia, Marconi chamou o prefeito Paulo Garcia (PT) de “cabeça dura” e atribuiu os episódios de confronto entre as gestões estadual e municipal à ausência de diálogo por parte do chefe do Executivo municipal. “Não adianta ficar batendo boca. Espero que ele seja menos cabeça dura e sente-se à mesa para conversar. Não adianta ficar batendo boca. As portas estarão abertas para o prefeito de Goiânia e para todos os prefeitos”, sustentou.
Fonte: Jornal Opção