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JORGE BORNHAUSEN DIZ QUE MENSALÃO DO DEM É QUE ACABOU COM O PARTIDO

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O ex-senador Jorge Bornhausen já teria entrado para a história da política brasileira como um dos articuladores da Frente Liberal.

Durante a ditadura militar, graças a essa dissidência do velho PDS — o partido no qual se transformou a Arena — nasceu o PFL, cuja aliança com o PMDB culminou na eleição indireta de Tancredo Neves para presidente da República.

Bornhausen tornou-se o principal presidente da história do PFL. E entrou para a história novamente como articulador da aliança com o PSDB que elegeu presidente da República o tucano Fernando Henrique Cardoso.

Mas o ocaso do governo FHC trouxe uma história de insucessos: Bornhausen manteve o partido atrelado aos tucanos. E o petista Luiz Inácio Lula da Silva elegeu-se presidente contra José Serra e o PFL; depois, reelegeu-se derrotando Geraldo Alckmin e o PFL novamente.

Jorge Bornhausen tentou, então, fazer novamente história ao transformar o PFL no Partido Democratas, do qual se tornou presidente de honra.

Mas o DEM continuou atrelado ao PSDB e sem conseguir lançar qualquer nome ao Palácio do Planalto, nem eleger José Serra na disputa contra Dilma Rousseff (PT) em 2010.

Fracassado seu último sonho, o próprio Bornhausen anunciou nesta sexta-feira sua desfiliação da legenda que criou.

Procurado pelo Poder Online, o velho político até aceita falar sobre o passado. Mas acaba mostrando evidente desconforto:

Poder Online — Por que o sr. está se desfiliando?

Jorge Bornhausen – Porque o governador do meu Estado (SC), Raimundo Colombo, está deixando o partido. Ele é o nosso chefe político e decidiu ingressar no PSD, sendo acompanhado por meu filho, Paulo Bornhausen, que é o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico Sustentável. Então não fazia mais sentido na minha permanência no Partido Democratas.

Poder Online — Mas é o partido que o sr. criou. Não dá certa tristeza?

Jorge Bornhausen – Olha, eu já deixei de lado a parte eleitoral de minha vivência política. Então agora só estou deixando de lado a vida partidária. Quanto ao passado, o passado é história…

Poder Online — Pois, é. Do ponto de vista histórico, o que houve com o Partido Democratas?

Jorge Bornhausen – Houve um desgaste muito grande com aquele episódio de Brasília [ a cassação do então governador José Roberto Arruda, do DEM, flagrado em vídeo revelado pelo iG pegando dinheiro, supostamente de propina, de seu secretário Durval Barbosa ] .

Poder Online — O líder do Partido Democratas na Câmara, ACM Neto (BA), diz que boa parte do problema com o partido foi causado pelo senhor. Que teria errado na decisão de transformar o PFL em DEM numa tentativa de modernização da legenda.

Jorge Bornhausen – Eu não vou bater boca com o deputado. O problema, repito, foi aquele episódio de Brasília que desgastou muito a imagem do partido. Especialmente porque acabou carimbado como “O Mensalão do DEM”. Injustamente, erradamente, mas nos prejudicou muito.

Poder Online — Mas o deputado ACM Neto insiste que foi a decisão do senhor, de transformar o PFL em DEM.

Jorge Bornhausen – Eu insisto em não bater boca. Só o que digo é que a mudança de nome foi uma decisão tomada por unanimidade nas reuniões da Executiva do PFL, no Diretório Nacional e na Convenção partidária. Por unanimidade e com a presença do deputado.

Poder Online — Outra coisa. ACM Neto diz que vai expulsar da legenda o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, antes que ele consiga fundar o PSD, porque foi usado o CNPJ do DEM num site desse novo partido. Mas o prefeito argumenta que o fez com sua autorização.

Jorge Bornhausen – Isso é uma questão menor. Já disse que não vou bater boca com o deputado.

Poder Online — Tudo bem. Então falemos da aliança com o PSDB. O senhor acha que foi acertada a estratégia de atrelar o partido aos PSDB?

Jorge Bornhausen – Prefiro não falar mais. Não me cabe mais fazer este tipo de apreciação. O passado é passado…

Fonte: Poder Online

COMENTÁRIO DO BLOG: Bornhausen é que acabou com o partido. Basta lembrar ao ex-presidente do DEM, que em 2006, o partido só fez um único governador naquelas eleições, e foi justamente José Roberto Arruda, a quem a executiva nacional bajulava publicamente. Conte tudo, ex-presidente, antes que eu conte mais…

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