Mecias de Jesus, em pronunciamento, disse que repudia a visita do ditador com honras de chefe de Estado. Os senadores do partido também criticaram a presença do ditador no país
“Todo o caos na Venezuela foi organizado e programado, o início deu-se com o fechamento dos meios de comunicação”
O senador Mecias de Jesus, em discurso proferido no Plenário do Senado, afirmou que é contra a presença do ditador venezuelano Nicolás Maduro, ainda mais a forma como foi recebido, com honras militares pelo presidente da República.
O líder ressaltou que o povo brasileiro não concorda com tal distinção, em especial a população do estado de Roraima, unidade federativa que mais sofre com a destruição progressiva que ocorre com a Venezuela. “Roraima abriga nos dias de hoje quantidade incalculável de refugiados venezuelanos, que se aglomeram em ruas, congestionam serviços de atendimento à saúde e promovem desmonte generalizado em todo o ordenamento social do estado”, apontou.
“É um desastre total! Como é que os nossos militares, integrantes de nossas gloriosas Forças Armadas, do Exército Brasileiro foram submetidos a tal vexame?”, questionou Mecias.
Para o líder, as ações que levaram aquele país a falência, e fez com que milhares de venezuelanos, diariamente, ingressassem no país, não foram ao acaso, mas totalmente organizada e programada. “O início deu-se com o fechamento dos meios de comunicação. Em 2017, matéria distribuída pela France Presse, apontava que, no final daquele ano, haviam sido fechados 69 veículos de mídia e denunciava agressões sofridas por jornalistas”, destacou.
“No último dia 22 de março, peritos da ONU – Organização das Nações Unidas -, alertaram que o governo venezuelano, abro aspas, ‘segue perseguindo 4 opositores políticos e sufocando protestos de líderes sindicais’, fecho aspas.
Afirmaram, ainda, que o regime continua a fechar emissoras de TV que criticam o regime de Nicolás Maduro, num levantamento efetuado por uma Missão de Apuração dos Fatos, que assumiu a responsabilidade de analisar o país”, disse Mecias.
A senadora Damares Alves convocou as mulheres brasileiras a ficarem de luto para protestar contra as torturas atribuídas ao governo de Maduro.
“Ele liderou e lidera barbáries em seu país. É com indignação e tristeza que vejo hoje esse mesmo homem ser recebido no Brasil com honrarias e continências. O que vemos agora é mera confirmação de um absurdo”, lamenta Damares.
Damares lembrou quando, como ministra do governo Bolsonaro, deixou o Plenário da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas quando um representante da Venezuela discursou.
O senador Cleitinho usou a tribuna também para manifestar sua indignação com a presença de Maduro.
“Meu respeito ao povo venezuelano que nada tem a ver com esse regime e são vítimas desse ditador. A dívida da Venezuela com o Brasil já soma quase R$ 6 bilhões, se há diálogo com o governo brasileiro, porque não dialogam para o pagamento dessa dívida? Espero que toda a população brasileira, independente se é de esquerda ou de direita, não aceite esse ditador em nosso país, olhem o que vem acontecendo com a Venezuela, então Maduro não pode ser recebido com honraria aqui”.
“A tentativa de reativação da Unasul, idealizada por Lula e pelo ex-ditador Hugo Chávez é a prova de uma agenda com claro viés ideológico. O Brasil corre o risco de testemunhar, mais uma vez, a evasão de seus recursos públicos para países alinhados ideologicamente ao atual governo. Na campanha de 2022, o TSE determinou a retirada de inserções que associavam Lula a ditadores como Maduro e Ortega. A presença de Maduro no Brasil é uma vergonha para brasileiros e um desrespeito ao bom povo venezuelano. Maduro é acusado de torturas, desaparecimentos, agressões e crimes contra a humanidade. Estamos alinhados e não estamos equivocados ao chamar de Ditadura o regime que prevalece na Venezuela”, constatou o senador republicano Hamilton Mourão.
“O Brasil precisa dar uma guinada em seu posicionamento, abandonando a ideia de entrar em aventura nefasta que vem destruindo os países da América Latina que a adotam”, concluiu Mecias de Jesus.