Em visita ao local, Liliane testemunhou a revolta da vizinhança. Moradores afirmam que, se não houver investimentos em segurança, a obra pode atrair ainda mais criminalidade para a região. “Ao lado desse terreno há uma escola que possui mais de 1,4 mil alunos. Estamos preocupados”, afirma Mônica Silva, uma das lideranças do local. …
O impasse envolvendo a construção do novo albergue em Ceilândia é recente. Desde junho, moradores travam uma batalha com o governo para tentar impedir a construção do prédio no local. Uma manifestação está sendo organizada para abrir o canal de comunicação entre comunidade e governo. “Nenhuma obra que possa gerar impacto para a população pode ser feita sem que antes os prejudicados sejam ouvidos. Isso é autoritarismo”, defendeu a parlamentar.
Liliane frisou que a construção do albergue é necessária para reduzir os registros de moradores de rua em Taguatinga e Ceilândia, onde esses números são elevados, mas é necessário que o governo chegue a um consenso com a população da região. “Governar é definir prioridades depois de ouvir o povo”, disse ela.
O governo destinou à Novacap quase R$ 5 milhões para a construção desse abrigo. A empresa Engemaxi é a responsável pela obra. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, quase 30% da população em situação de rua está em Taguatinga e Ceilândia. “Entendo a importância do projeto, mas não dá para pensar de forma unilateral. Não adianta agradar a um grupo e prejudicar o outro. Temos que pensar pelo bem de todos”.
Pela lei, o governo do Distrito Federal terá 30 dias para prestar as informações requeridas pela parlamentar. Caso não apresente os esclarecimentos, o responsável pela obra poderá ser convocado pela comissão ou mesmo responder por crime de responsabilidade. A parlamentar também não descarta incluir o Ministério Público nas discussões.