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Máquinas da marca Hyundai HCE Brasil são usadas em garimpo ilegal na Amazônia, revela novo relatório do Greenpeace

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Greenpeace activists and Indigenous leaderships held a pacific action at the gates of a Hyundai plant in Itatiaia, Rio de Janeiro state, standing next to an inflatable excavator and holding the messages "Amazon free of illegal mining", "Stop the excavators" and "Out, illegal mining". Props like mud, fake blood and gold bars were used to point the damage and loss caused by the excavators used in the Kayapó, Munduruku and Yanomami Indigenous Lands.The action marks the launching of the "Stop the Excavators" report, a partnership with Greenpeace East Asia that clearly indicates the part excavators play in the destruction of the Amazon and the threat they impose on the survival of Indigenous people in Brazil. Ativistas do Greenpeace Brasil e lideranças indígenas realizam uma manifestação pacífica em frente à fábrica da Hyundai, em Itatiaia, Rio de Janeiro, se posicionando junto a um balão inflável simulando uma máquina escavadeira e segurando as mensagens “Amazônia Livre de Garimpo”, “Parem as Máquinas” e “Fora Garimpo”. Elementos cenográficos como lama, sangue e barras de ouro também foram utilizados para lembrar os danos e prejuízos causados pelas máquinas escavadeiras usadas nas Terras Indígenas Kayapó, Munduruku e Yanomami.A ação marca o lançamento do relatório “Parem As Máquinas! Por uma Amazônia Livre de Garimpo”, feito em parceria com o Greenpeace do leste asiático, que demonstra de forma clara o papel que as escavadeiras hidráulicas têm atualmente no ritmo de destruição da Amazônia - e a ameaça que elas representam para a sobrevivência dos povos indígenas do Brasil.

De acordo com o levantamento, cada máquina pode realizar, em questão de horas, o mesmo trabalho que levaria semanas para ser feito manualmente

Ativistas do Greenpeace Brasil e lideranças indígenas realizam uma manifestação pacífica em frente à fábrica da Hyundai, em Itatiaia (RJ), com as mensagens “Amazônia Livre de Garimpo”, “Parem as Máquinas” e “Fora Garimpo”. © Tuane Fernandes / Greenpeace

 

São Paulo, 12 de abril de 2023 – Os impactos do garimpo na Amazônia têm chamado a atenção do mundo inteiro. Mortes, violência e destruição ambiental são marcas registradas desta atividade ilegal que ganha cada vez mais força – e dinheiro – para continuar destruindo a floresta à todo vapor. O estudo “Parem As Máquinas! Por uma Amazônia Livre de Garimpo”, realizado em parceria entre o Greenpeace Brasil e o Greenpeace do leste asiático revelou que as escavadeiras fabricadas pela Hyundai HCE Brasil vem sendo utilizadas no garimpo ilegal na Amazônia.

 

Entre 2010 e 2021, o garimpo em terras indígenas cresceu 632%. O novo relatório do Greenpeace aponta que esse aumento vertiginoso foi catalisado pela chegada de equipamentos que profissionalizaram a atividade, tais como as escavadeiras hidráulicas, que são utilizadas para cavar enormes buracos em poucos dias e para abrir clareiras na floresta.

 

O que diz o relatório

 

O levantamento do Greenpeace Brasil revela que entre 2021 e 2023 foram registradas 176 escavadeiras em garimpos ilegais abertos nas Terras Indígenas Yanomami (RO), Kayapó (PA) e Munduruku (PA) – e as máquinas da marca Hyundai HCE Brasil estão entre as mais utilizadas: pelo menos 75 delas (mais de 42,6%) pertencem à marca da empresa. Apesar de seu alto custo de aquisição – superior a R$ 700 mil -, os equipamentos se mostram um investimento lucrativo: cada máquina pode realizar, em questão de horas, o mesmo trabalho que levaria semanas para ser feito manualmente.

 

Sobrevoos realizados pelo Greenpeace Brasil entre 2022 e 2023 confirmaram que a Terra Indígena Kayapó é, dentre as três terras indígenas monitoradas, a que mais sofre com o avanço da mineração ilegal e tem a maior frota de escavadeiras em funcionamento. Ao mesmo tempo, líderes da Terra Indígena Munduruku relatam a presença destes equipamentos desde 2014, coincidindo com a explosão da área minada ilegalmente dentro do seu território.

 

A solução existe

 

A Hyundai HCE Brasil possui um sistema de gerenciamento remoto, chamado Hi Mate, que utiliza GPS para coletar dados sobre suas máquinas. Com isso, usando qualquer dispositivo conectado à internet, torna-se possível localizar e até mesmo interromper o funcionamento de suas máquinas a partir de um dispositivo conectado à internet. Portanto, uma das soluções possíveis apresentadas pelo relatório está na implementação desta tecnologia de forma obrigatória.
“A tecnologia já existe, só não está sendo usada em todo seu potencial. Incorporar a implementação da tecnologia como pré-condição aos contratos de venda da empresa, por exemplo, poderia possibilitar o rastreamento de maquinários pesados operando ilegalmente em terras indígenas e outros territórios protegidos”, declara Danicley de Aguiar, porta-voz do Greenpeace Brasil.

 

Parem as máquinas
O relatório “Parem As Máquinas! Por uma Amazônia Livre de Garimpo” foi entregue em mãos para representantes da fábrica de escavadeiras da Hyundai HCE Brasil em uma ação pública que ocorreu na manhã de hoje (12), em Itatiaia (RJ). No local, ativistas do Greenpeace Brasil e dez lideranças indígenas protestaram pacificamente exigindo que a empresa adote medidas para impedir que essas escavadeiras hidráulicas continuem entrando nas áreas protegidas. Também está no ar um abaixo-assinado convidando a sociedade civil a apoiar o movimento.
Confira fotos da ação aqui. 
Com essas ações, a organização espera que a Hyundai HCE Brasil e outras fabricantes de escavadeiras adotem novas medidas para controlar a aquisição e o uso desses equipamentos e contribuir para a extinção do garimpo ilegal na Amazônia.
“Mais que uma denúncia, fazemos um alerta para que a Hyundai HCE Brasil faça parte da solução, e não do problema. Basta que tomem as medidas necessárias e interrompam o fluxo de fornecimento de máquinas, peças e serviços até que possam garantir que suas escavadeiras hidráulicas não estejam sendo utilizadas em garimpos ilegais responsáveis por graves impactos ambientais e reiteradas violações dos direitos humanos na Amazônia brasileira. Sabemos que é possível, basta estarem dispostos.”, declara Danicley de Aguiar, porta-voz do Greenpeace Brasil.

 

Dentre as lideranças indígenas que estavam presentes na ação pacífica, está Bepdjo Mekragnotire, liderança do povo Kayapó, que afirma que o garimpo ilegal trouxe diversos malefícios para seu povo ao longo dos anos.

 

“Eu luto pelo nosso povo, pelo nosso território, pelas nossas florestas. Não posso aceitar a destruição que o garimpo e as máquinas causam na nossa terra”, disse a liderança. Bepdjo é cacique da aldeia Baú, no território indígena de mesmo nome, situado no sul do Pará.

 

2 COMMENTS

  1. A Hyundai está demitindo pessoas por causa da queda nas vendas e essa ação pode colocar mais pais de famílias em situação de desemprego, pensem nisso com sabedoriae empatia.
    A empresa não pode ser responsável pelas ações de seus clientes, ela apenas fabrica e vende para pagar seus colaboradores e se manter nesse país que não oferece condições tributárias adequadas.
    Vão aos garimpos e destruam o que tem lá, já que são ilícitos, mas punir pais de família que dependem desse emprego para levar comida à mesa para seus filhos, é insano.

  2. Vcs tem que ir na Amazônia e parar os garimpeiros e não parar uma fábrica que dá emprego pra várias pessoas e essas pessoas levam comida pra mesa de suas casas.

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