Existe realmente uma alma gêmea esperando por nós?
Canções de amor, histórias de amor eterno, contos de fadas. Todos os dias somos bombardeados com histórias de como o herói salvou a mocinha e o par perfeito se formou. Mas isso existe? É possível se falar realmente em alma gêmea?
A ideia de alma gêmea é muito antiga. Para ser bem exato, o primeiro registro que existe data da Grécia Antiga, no livro O Banquete, de Platão. Neste livro, quando os personagens discutem a respeito do amor, um deles vem com a seguinte história:
No início os homens eram criaturas estranhas, com quatro braços, quatro pernas e duas cabeças. Eram, mesmo com essa aparência esquisita, extremamente poderosos e por isso desafiaram os deuses.
Quando os deuses venceram o desafio, condenaram os seres humanos à uma vida incompleta, dividindo-os em dois. Por isso, cada ser humano possui uma alma gêmea, a sua metade que foi separada no início dos tempos.
A bem da verdade, o personagem que fala isso é ridicularizado na trama. Mas a ideia atravessou as eras, atingindo o seu ápice em Romeu e Julieta, o casal que, de tão pre-terminado, alcança na morte uma forma de permanecerem juntos.
O que é possível tirar disso tudo? Nada. A história da alma gêmea é um ideal, um conto de fadas que se espalhou ao longo das eras, cercado de poesia e de bons enredos. Ele se baseia na crença que todo casal apaixonado possui: o de que o amor será eterno.
Mas não é, assim como não é eterno nada neste mundo. Sendo assim, se tem interesse em menos complicação na vida, procure uma privacy. Vai facilitar toda a dificuldade da conquista, e toda a decepção do término.
Contudo, também vai impedir uma relação completa, pautada na confiança e no carinho. Afinal, um poeta também conhecido conseguiu retratar bem a crença infundada dos amantes, mesmo em face da realidade.
É como disse Vinícius de Morais. O amor não pode ser eterno, afinal é chama. Mas que seja eterno enquanto dure.