Um dos delegados que participa da investigação de alvarás supostamente irregulares para empreendimentos em Águas Claras e Taguatinga, o chefe da Divisão de Combate ao Crime Organizado afirma que propina viria também em forma de tráfico de informações
Dois dos principais envolvidos no caso seguem isolados. O ex-administrador de Taguatinga Carlos Alberto Jales continua internado em um hospital particular da cidade. O pedido de prisão temporária dele foi expedido na quinta-feira, quando começaram as ações de busca e apreensão da Operação Átrio, mas acabou frustrado porque os policiais não o encontraram. Na sexta-feira, ele foi hospitalizado com uma crise hipertensa. “A gente aguarda a alta médica para ele ser ouvido”, afirma Rodrigo Bonach, diretor substituto do Departamento de Polícia Especializada. Já Carlos Sidney de Oliveira, ex-mandatário de Águas Claras, continua em detenção domiciliar.
Como surgiu a investigação?
Tudo começou em 2011 por requisição do Ministério Público e ganhou mais corpo nos últimos quatro meses. O que foi apurado são irregularidades na concessão de alvarás em Águas Claras e Taguatinga. A apuração começou pelo Centro Clínico de Taguatinga e foram surgindo novos empreendimentos suspeitos e os indícios de materialidade.
Quais foram os indícios?
Após analisarmos as respostas dos órgãos da gerência de aprovação de projetos, por onde tramitam os processos, percebemos que a liberação de um alvará levava pelo menos um ano. Nesses casos, o processo ocorria em poucos dias ou meses e, por isso, se tornou suspeito. Qual seria o objetivo para isso ocorrer sem respeitar exigências previstas em lei? Estamos apurando se há interesse particular nisso.
O que a polícia encontrou ao longo das apurações para resultar no pedido de prisão dos administradores regionais?
Não posso adiantar as técnicas de como trabalhamos nesse período, mas a deflagração da prisão tinha por objetivo que os administradores regionais de Taguatinga e de Águas Claras não prejudicassem a coleta de mais provas.
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