Opinião Pesquisador da FGV diz que manifestações nas ruas são “a cara da web”

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    Esse movimento é a cara da web. Ele é anárquico, sem dono e impessoal, que se autorregula e suporta qualquer coisa

     

    As manifestações espalhadas pelo país são a representação do mundo digital. Para o pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Luiz Antonio Joia, que estuda e-participação (ação política pela rede social) e cidadão mediado por tecnologias, o fenômeno dos protestos brasileiros é algo inédito no país graças à internet e às redes sociais.

     

    “Esse movimento é a cara da web. Ele é anárquico, sem dono e impessoal, que se autorregula e suporta qualquer coisa. É a transposição da World Wide Web [o sistema da internet] para o mundo real. É surpreendente e imprevisível”, ponderou ele.

     

    O professor defende que a rede mudou a concepção de tempo e de espaço das pessoas e as relações sociais, tornando-se um ator no processo de reivindicações. “Você passa a saber tudo o que acontece em tempo real, o que faz com que as pessoas se engajem numa velocidade absurda. A tecnologia não gera o fenômeno, ela o amplifica”, comentou. Ele lembrou do movimento Diretas Já, que demorou cerca de um mês para ser organizado, enquanto o movimento atual, com o que chama de “boca a boca digital”, levou dias para ser orquestrado.

     

    A internet permitiu que vários fatores, como o aumento de preço do ônibus, os gastos do país com a Copa das Confederações, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37 (que retira poderes de investigação do Ministério Público) e o Projeto da “Cura Gay”, contribuíssem para a união de grupos insatisfeitos com questões diferentes e que hoje saem as ruas. “Os R$ 0,20 foram apenas o que disparou o gatilho, tudo isso mediado pela tecnologia da informação e da comunicação”, explicou. Leia mais

    Fonte: Flávia Villela/Repórter Agência Brasil

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