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PF prende no DF suspeitos de fraudar R$ 15 milhões de seguro-desemprego

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Servidores inseriam dados falsos em Sistema Nacional de Emprego, diz PF.
PF cumpre 15 mandados de busca e apreensão e 11 conduções coercitivas.
Vianey Bentes
Da TV Globo

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Dinheiro apreendido na casa de um dos servidores presos nesta quinta (Foto: Polícia Federal/Reprodução)
A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (15), no Distrito Federal, cinco servidores do Sistema Nacional de Emprego (Sine) envolvidos com uma suposta fraude na concessão do seguro-desemprego. De acordo com a PF, eles fazem parte de uma organização criminosa suspeita de desviar mais de R$ 15 milhões dos cofres públicos.
As investigações tiveram início em outubro do ano passado, com base em informações fornecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, informou a PF. Durante a apuração, investigadores descobriram que a fraude era realizada a partir da inserção de dados falsos no sistema do seguro-desemprego por servidores do Sine.

“Foram cinco agentes que tinham acesso ao sistema. O que eles fizeram? Geraram encerramento de vínculo fictício para gerar requerimento de seguro-desemprego”, disse o delegado Enzo Vicente. “A partir daí, eles conseguiram gerar documentação para ter acesso ao banco para receber o benefício. Inclusive, nós atuamos com a Caixa Econômica para que esses processos passassem a ser bloqueados.”
De acordo com a PF, os beneficiários existem e estão espalhados em mais de dez estados. Alguns deles tinham vínculo com os servidores, mas a polícia acredita que muitos tenham sido vítimas do esquema. As investigações continuam, diz a corporação. Os cinco servidores comissionados foram exonerados do GDF.

Segundo o diretor de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho, Márcio Borges, a suspeita surgiu por conta do alto número de pedidos feitos pelos servidores. “Eles estavam fugindo da média de atendimento, os registros de salários eram sempre muito acentuados. Geralmente os requerimentos que eram atendidos por esses trabalhadores geravam maiores valores de seguro-desemprego.”
A operação, batizada de MAC 70, cumpriu nesta manhã 15 mandados de busca e apreensão e 11 conduções coercitivas (quando a pessoa é obrigada a ir até a polícia) na capital federal. Também foram apreendidos três carros, comprados com recursos da organização criminosa, R$ 127 mil em dinheiro, documentos, armas e medicação não documentada.

Os suspeitos retiravam dinheiro de três postos do Sine, em Samambaia, no Gama e no Recanto das Emas.
Os presos devem responder pela prática dos crimes de inserção de dados falsos em sistema de informação e associação criminosa. Além disso, serão realizadas diligências a fim de garantir o ressarcimento do prejuízo suportado pela União, segundo a PF.
“A investigação prossegue, agora com análise do material, com a oitiva das pessoas que foram trazidas até aqui, as testemunhas”, disse Vicente.
“Nós vamos trabalhar agora com o detalhamento das informações e verificar o que pode ser ressarcido, né? Obviamente tem a questão dos bens apreendidos, que esses todos vão, provavelmente junto à Justiça, podem reverter para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)”, disse Borges.
O diretor informou que 8,7 milhões de trabalhadores recebem o benefício anualmente.

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