As críticas e denúncias vêm sendo feitas por parlamento do DF e por entidades de representação de trabalhadores. Edison Garcia também comanda o Conselho de Administração do Banco de Brasília (BRB)
Crescem a cada dia críticas e denúncias no Parlamento distrital de entidades de representação dos trabalhadores do setor de energia do Distrito Federal contra o todo-poderoso presidente da CEB-H e Ipê (holding da Companhia Energética de Brasília, Edison Garcia.
Esse confronto ficou evidente em recente denúncia do deputado distrital Chico Vigilante (PT) que, da tribuna da Câmara Legislativa (CLDF), trouxe à tona o possível conflito de interesse entre público e privado de Edison Garcia porque, além de presidente da CEB-H, ele integra o Conselho de Administração da Neonergia, a compradora da estatal.
Por conta disso, há pedidos de intervenção do governador Ibaneis Rocha (MDB) no sentido de demitir Edison Garcia da presidência da estatal DF.
“Isso é uma esculhambação, pois, o senhor Edison Garcia, que continua na presidência da holding CEB, foi o responsável direto por todo o processo de privatização da CEB Distribuidora. E agora nós ficamos sabendo que ele faz parte do Conselho de Administração da Neoenergia, a empresa que ele vendeu à estadual”, disse o parlamentar.
Chico Vigilante lembrou ainda que Edison Garcia, também é presidente do Conselho de Administração do BRB (Banco de Brasília). “Isso está errado. Portanto, está na hora de o governador Ibaneis Rocha intervir nessa situação e demitir o presidente da CEB-H”, completou o petista.
Na Câmara Legislativa, somente a voz de Vigilante é que se levantou contra o suposto conflito de interesse público e privado do presidente da CEB-H. Nenhum outro parlamentar ouvido pelo Mais Brasil News, mesmo da oposição, fez qualquer manifestação contra ou a favor.
‘Absurdo’
O diretor do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal (STIU-DF), João Carlos Dias, classificou como “absurdo” que o principal operador da privatização da CEB Distribuidora participe da administração da empresa que comprou a concessionária pública. Segundo ele, o órgão tomou conhecimento disso recentemente.
“Além disso, a participação no Conselho de Administração da Neoenergia Brasília do senhor Edison Garcia, que também é presidente da Companhia Energética de Brasília e da CEB Iluminação e Serviços, demonstra a responsabilidade do governo Ibaneis com a sofrível situação da população do DF em relação ao fornecimento da energia elétrica”, criticou.
Presença no conselho é legal
A Neoenergia confirmou a participação de Edison Garcia no Conselho de Administração empresa e disse que “estão presentes todas as formalidades legais exigidas; que Garcia foi devida e regularmente eleito em assembleia-geral e empossado para integrar o Conselho de Administração da empresa como Conselheiro Independente”.
Também foram observadas as competências necessárias e apropriadas para o desempenho do cargo considerando-se seu currículo de destaque e extensa experiência profissional.
Em nota enviada ao Mais Brasil News, a Neoenergia reafirma o seu compromisso com a ética e integridade, no sentido de observar a legislação vigente e de reforçar o cumprimento dos deveres e responsabilidades legais e estatutárias por todos, inclusive Conselheiros/Administradores.
No mesmo tom da nota da Neonergia, até mesmo com texto parecido – o que denota a proximidade da companhia estatal com a empresa privada – a CEB também confirmou que o presidente Edison Garcia faz parte do conselho de administração da Neoenergia, tendo sido eleito na assembleia da companhia para o cargo de conselheiro independente, dentro da observância da legalidade e dos princípios éticos, não havendo qualquer conflito no cumprimento de suas atribuições.
A CEB e a Neoenergia não informaram qual a remuneração de Edison Antônio Costa Britto Garcia, o conselheiro todo-poderoso da CEB.
Nova configuração da CEB
Apesar da privatização, em 2020, a Companhia Energética de Brasília (CEB) continua a existir e atua com a CEB Geração (Barragem do Paranoá), CEB Ipês (manutenção e expansão do parque de iluminação pública do DF) e outras participações de geração.
A CEB Distribuição é que foi vendida. Todo o serviço de distribuição de energia aos consumidores do Distrito Federal agora é atribuição da Neoenergia Brasília.
Fonte: maisbrasil.news
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