O nome da “Operação” talvez seja insensatez, que rima com cupidez e avidez. A insensatez pode levar a anulação das eleições no Distrito Federal. O esquema é bem ardiloso e sofisticado. Um candidato, tomado por insensatez, resolveu disputar a eleição e saiu comprando tudo e todos. Comprou um partido político, dirigido por pessoas ainda mais corruptas. Disse que compraria a eleição, digo, ganharia a eleição graças aos milhões que tinha em seu cofrinho.
Ninguém conhecia o menino rico, ele ia mal nas pesquisas. De repente, agarrou no rabo de um cometa e subiu. Um fenômeno. Nunca havia acontecido tal feito na história republicana. Ninguém entendeu, ou melhor, ninguém havia entendido que insensatez estava acontecendo.
Houve o despejo de uma fortuna na campanha. Os gastos da campanha são incompatíveis com as prestações de contas. Sinal de Caixa 2, o que é uma verdadeira insensatez em tempos de Lava-Jato. Mas ninguém havia entendido o funcionamento do Caixa 2. Como conseguiu tanto cabo-eleitoral?
A campanha tem um volume incompatível como os tetos de despesas estabelecidos pela Justiça Eleitoral. Pois bem, o engenhoso esquema é simples. Alguns candidatos, em arroubos de insensatez, estão terceirizando as suas campanhas.
Veja o passo a passo.
1. O candidato da insensatez estourou os limites de gastos da campanha antes do fim do primeiro turno. Jogou tanto dinheiro, que subiu nas pesquisas. Mas precisava continuar gastando.
2. A campanha da insensatez, para continuar gastando, foi em candidatos com menor expressão, que disputavam cargos menores, mas que não tem chance reais. Fez doações financeiras aos candidatos.
3. Os candidatos, pinçados nas chapas adversárias, com o dinheiro da insensatez, contratam cabos-eleitorais e adquirem materiais de campanha da candidatura da insensatez.
4. Então, formalmente, os candidatos de outros chapas receberam doações legais. Registraram cabos eleitorais, como se estes estivessem trabalhando para o candidato da outra chapa. Mas, na verdade, tais candidatos apenas estão fraudando a lisura do pleito, realizando uma espécie de campanha terceirizada.
5. O cabo-eleitoral, em trabalho de rua, está trabalhando para o candidato da insensatez. Recebe o dinheiro, sem, no entanto, conferir quem faz o pagamento. O candidato de fachada embolsa uma parte da grana que está recebendo pelo “aluguel” de sua campanha. A prova é bem simples.
Basta filmar fazendo “bandeiraço” e panfletagem para a chapa da insensatez, mas, nas prestações de contas, figuram como pagadores os candidatos de aluguel. A identificação dos candidatos que se venderam à insensatez é fácil. Localizar os cabos eleitorais que figuram nas prestações de contas também. Ao indagar os cabos eleitorais, eles não vão cair na insensatez de mentir. Vão dizer para quem, efetivamente, trabalharam. A eleição da insensatez, sem dúvida, vai ser cancelada e quem caiu na vigarice da insensatez corre o sério risco de passar um tempo na cadeia.
Fonte: Estação da Notícia