Milhares de pessoas tentaram prejudicar o funcionamento do Aeroporto Bem-Gurion, em Tel Aviv (Israel), nesta quinta-feira (9/3), em uma tentativa de atrapalhar a viagem do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e de sua esposa rumo à Itália. Netanyahu tinha um encontro com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, de origem neofascista, marcado para amanhã, sexta-feira (10/3), em Roma.
A manifestação faz parte da onda de protestos contra o plano de reforma judicial liderado por Netanyahu, acusado de tentar solapar a democracia israelense. De acordo com o jornal israelense “Haaretz”, a companhia nacional aviação El Al teve dificuldades em conseguir uma tripulação disposta a trabalhar no voo, dada a crescente oposição ao projeto do governo.
Segundo a jornalista Daniela Kresch, correspondente do Instituto Brasil-Israel (IBI) em Tel Aviv, “mais uma vez, como tem acontecido nos últimos dois meses, centenas de milhares de israelenses foram às ruas hoje para protestar contra a reforma jurídica liderada pelo governo Netanyahu, que mina as bases democráticas de Israel ao enfraquecer dramaticamente o Poder Judiciário. É um momento histórico e de muita tensão no ano em que Israel completa 75 anos. O clima nas ruas do país é de revolta, principalmente depois que a primeira parte da reforma foi aprovada pelo Knesset, em primeira leitura – são necessárias três para aprovar uma lei. Mais de 60% dos israelenses são contra a reforma, incluindo boa parte dos próprios eleitores de Netanyahu. Mas ele parece fazer questão de ignorar esse fato”.
